RUI SANTOS, O INCONTORNÁVEL
Tita
23.09.08
Há um homem, semelhante áquilo que cada um entender que ele é semelhante em face da face que ele tem, que faz comentários sobre futebol num programa da SIC Notícias. Sem existir naturalmente qualquer possibilidade de aproximação de peles, creio que desenvolvi um absurdo problema epidérmico com este homem.
Não é só porque tem os ombros demasiado estreitos. Embora um homem com ombros demasiado estreitos possa ser, só por isso, incomodativo para quem está a olhar para ele. Os fatos assentam-lhe sempre mal! Grandes demais, é o que parecem. Pareçe que não são dele. É o que pareçe. Mas claro que são dele. Os fatos, as medidas e as proporções. É tudo dele.
Mas o pior são os discursos. Ele, um "opinion maker", discursa. Opina, que é para isso que lhe pagam. Mas, sobretudo, e sempre que pode, discursa, o que acontece vezes demais, na minha opinião. Perde-se literalmente em raciocínios cheios de uma apenas teórica grande capacidade de raciocinar, que cansa infinitamente. Gosta de falar de si próprio, direccionando os pensamentos de quem o tenta ouvir para a sua própria pessoa. Aparentemente, acha-se mais inteligente, culto e imparcial do que alguma vez na vida será capaz de ser, como resulta evidente do que diz. E tudo isto é muito desconfortável para quem está a ver.
Até pode ser que este senhor seja a pessoa mais honesta do mundo (desportivo) e o comentador mais bem informado e isento do universo (da bola), concedo. A verdade é que não pareçe, embora também não pareça exactamente o oposto. Apenas parece menos do que eventualmente quer parecer. No fundo, no fundo, o que pareçe mesmo é que os fatos que usa não são dele. Mas obviamente são dele. Seria ridículo andar a vestir roupa emprestada.