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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

(UMA) PESSOA


Tita

26.02.12

 

 

 

 

A razão por que escolhi o extrato abaixo não é razão nenhuma. Sei que o “Livro Do Desassossego” está cheio de revelações. Autênticos milagres: a descoberta do que é óbvio mas que mais ninguém sabe dizer o que é nem como é. Pessoa sabe. E diz e faz. É um homem como mil. Que fala por si. E, porém, todos podemos colocar as nossas palavras sobre as palavras dele. Apanha-nos em todos os estados de espirito. Exterioriza na perfeição a forma de ser que cada um de nós é. E, no entanto, apenas fala de si próprio. Não é concebível que alguém seja toda a gente. A questão é que Pessoa é. Daqui talvez se possa explicar um pouco a sua imortalidade. Pois o excesso de humanidade é desumano.

 

“Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia das coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo.” – Obras de Pessoa, Fernando, “O Livro Do Desassossego, de Bernardo Soares”, Assírio e Alvim,1998, pag 202.

A ÁGUIA MUDOU A PENA


Tita

26.02.12


 

 

Só falei de futebol no post anterior porque estou um bocado chateada com os últimos resultados do Benfica. Em três jogos duas derrotas e um empate. Na fase decisiva da época eis que a equipa dá um trambolhão inesperado. Para já, as mãos e os joelhos esfolados. Not a big deal. Porém, se houver derrota com o Porto e eliminação da “Champions” tenho impressão que os efeitos serão os de uma brutal queda de cabeça. Ou seja, o coma. Ontem a cara de Jesus estava muito preocupada e... fica a expetativa no ar.   

 

A PAIXÃO DO FUTEBOL


Tita

26.02.12

 

 

No outro dia, não sei quando, ouvi um jogador de futebol, não sei qual, declarar que todos os dias “trabalhamos para dar alegrias aos nossos adeptos”. Penso que foi isto. Ou talvez tenha sido mais. Talvez tenha mesmo dito que o objetivo do seu trabalho e o dos seus colegas era dar alegrias aos adeptos. Achei que estas declarações ajudam a explicar muita coisa. Quando alguém diz, por exemplo, “vamos ser campeões”. Alguém que não joga e só assiste. Realmente… Nunca consegui compreender isto muito bem. Isto. Da depressão pós-derrota. Da euforia depois da vitória. Enfim, daquelas coisas todas que arrastam, motivam e arrasam, para o bem ou para o mal, a maior parte das pessoas. Porque a maior parte das pessoas gosta de futebol, diferindo apenas na forma como gostam e se expressam. E pronto, é isso. Os jogadores de futebol dependem da aprovação dos adeptos que são a sua razão de jogar. Assim sendo, os adeptos entregam-se ao jogo como se jogassem. É verdade. O jogo é jogado pelos jogadores, técnicos e público. E não há jogo que não seja assim. As derrotas têm essencialmente o peso da desaprovação, da desilusão e da tristeza. Com os devidos efeitos sobre o valor das marcas dos clubes, passes dos jogadores, receitas televisivas e patrocínios, embora, por incrivel que pareca estas não sejam realmente as coisas mais importantes.

 

 

 

ANESTESIA GERAL


Tita

22.02.12

  

 

As coisas quem mais me têm chateado ultimamente aprecem com a cara do Passos Coelho. E não a do Relvas. Compreendo. É instinto de preservação. Uma vez uma médica explicou-me isso. O organismo diz basta quando a dor é excessiva. É por isso que não dói nada quando se bate a 200km por hora. Claro que é quase morte certa. Mas de um certo ponto de vista, do ponto em que não há dor, é uma morte pacífica. De qualquer modo, creio que nunca bati a essa velocidade. Creio porque não sei muito bem qual era a velocidade a que vinham terceiros. Mais propriamente o homem que me abalroou. Seja como for, não doeu nada a bater. Palavra de honra. Depois é que foi o pior. Claro. É sempre assim quando se sobrevive a um grande impacto. A cara do Relvas é something neste aspeto. Assustadora na mesma medida em que parece um paralelepípedo com dois brilhantíssimos olhos minúsculos cravados tipo cabeças de prego. Passe o facto de ter um ar de saloio incrível. Certamente.

 

Com o Passos Coelho a coisa já não é assim. A dor anestesiada. Não. Dói sentidamente ver a cara do homem. Há mulheres que dizem que ele é bonito. Até a Maria Filomena Mónica. É natural. Mónica parece irremediavelmente fascinada por cores claras. Como as dela. E de muitos meninos da saudosa Oxford, aliás. Embora também tenha dito que o Sócrates “não estava mal, vendo só do ponto de vista da estética”. Bom, se formos a ver, o António Barreto não é propriamente um nórdico “do ponto de vista da estética”. Portanto, tudo faz sentido.

 

De qualquer forma sinto gratidão para com Maria Filomena. Por várias coisas. Em primeiro lugar por me ter lembrado de uma coisa muito importante. O Zé Povinho do Bordalo Pinheiro. “O povo português gosta do Zé Povinho”, disse. Caraças, pois é! Fiquei totalmente parada porque petrificada sob o peso desta verdade inamovível. Numa frase, nesta frase, Maria Filomena quase conta a história de Portugal. Agradeço-lhe. E também porque explicou porque não vota. Também sentia exatamente o mesmo. Até que votei nas últimas eleições. Mudei de ideias. Mas o que ela diz é exatamente assim. No mais, MFM continua a ser um bocado malcriada. Tanto que chega ao ponto de, a espaços, parecer ou ser uma tonta.   

 

Pois dói ver a cara do Passos Coelho. “As Doce” tinham uma canção chamada “Dói dói”. Não sei se isso teve alguma coisa de premonitório. Pode não ter nada a ver, de facto. Eu é que já estou com pensamentos esquivos e procuro por isso descobrir a causa das coisas em veículos próprios das energias, da astrologia e das adivinhações. Por outro lado, não sei exatamente a razão pela qual o espetáculo das manicures, a que PC (Passos Coelho, não o partido) foi assistir terá a ver com “As Doce”. Mas palpita-me que, naquela cabeça, tudo.

 

Ver a cara de Passos Coelho dói mesmo. Não estou de acordo com a Clara Ferreira Alves quando diz que ele não é burro. Não? Pelo amor de Deus! O homem mandou os professores desempregados procurar emprego em Angola. Sim mandou. Foi mesmo assim. E só no fim desta conversa é que disse que estava em conversações com o governo angolano para arranjar uns programas de cooperação para o efeito. No dia seguinte, informou pela televisão que o governo tinha muito trabalho para fazer e que não podia perder tempo com manobras de diversão sobre assuntos menores, como o eram as notícias sobre Angola e os professores sem emprego em Portugal. Um tipo inteligente, trataria de fazer os programas e procuraria aliciar as pessoas. No fim, mostrava a coisa com cara de coisa boa. Talvez até ganhasse muitos simpatizantes. Assim, só a falar, arranjou o que se sabe. Igualmente, sobre os números do desemprego disse ao morto-vivo do Seguro que não ia agora discutir o assunto porque o governo não trabalha segundo a agenda mediática. E mais disse, no mesmo encontro na Assembleia da República, que o desemprego ia descer no segundo semestre MAS QUE SE NÃO DESCESSE O GOVERNO VERIA NA ALTURA OS AJUSTAMENTOS QUE FOSSEM NECESSÁRIOS. Ou seja, este homem só não é um refinado burro porque, entre outras coisas, os portugueses votantes são desatentos, mal informados e gostam do Zé Povinho.

 

BENFICA OU ZENIT


Tita

19.02.12

 

Ainda há pouco li as declarações do recentemente lesionado Danny, como se sabe jogador do Zenit, sobre a lesão do Rodrigo. Que o Bruno Alves foi normalmente ao lance e que nem sequer falta fez. Que é uma estupidez dos adeptos do Benfica receber mal o Bruno Alves na Luz. Depois veio o próprio Bruno Alves falar da partida da segunda mão. Que o Zenit não tem medo nenhum de ir à luz. Que a sua equipa vai jogar ao ataque porque tem muita classe e quer ganhar. Já antes, na altura do sorteio, estes dois vieram comentar, referindo que não tinham dúvidas de que o Zenit era melhor e que passaria a eliminatória. Até porque o Benfica é inferior ao Porto e eles bateram o Porto. Em primeiro lugar, dizer que lamento muito a lesão do Danny. Preferia que não jogasse pela nossa Seleção no Europeu por uma razão menos gravosa para a vida dele enquanto profissional. De resto, odiei sempre ver o Danny com a camisola das Quinas. É um jogador mais ou menos. Na finta, no passe, no remate, na desmarcação, a defender a atacar, em tudo. Além disso, tem mais ou menos cara de toxicodependente. Assim, compreende-se que o Zenit tenha pago €30M pelo seu passe. De facto, há imenso dinheiro no futebol russo e nenhum jogador acima de mais ou menos tem interesse em ir jogar para um campeonato daqueles. Em segundo lugar, dizer que lamento muito que o Bruno Alves esteja a jogar na Rússia. Não é um jogador mais ou menos. É um bocadinho melhor, embora não fantástico. Mas era muito melhor quando se mudou para lá. Tenho impressão que não teve escolha. O Porto empurrou-o pelo dinheiro. Azar de quem não é suficientemente bom para poder escolher. E agora sobre os comentários destes dois “russos”: 1. O Bruno Alves fez uma falta estúpida; 2. O Danny é que é estupido quando diz que é uma estupidez vaiar o Bruno Alves porque não tem lógica. Ele queria dizer injusto certamente. O que não deixa de ser estupido também porque em lado nenhum do mundo o público de um jogo de futebol está preocupado estas questões de justiça. O público da Luz vai vaiar e pronto; 3. Nesta época o Benfica já demonstrou que é melhor do que o Porto; 4 O Zenit não é uma equipa com classe. Não compreendo como podem querer ir ao Estádio da Luz jogar ao ataque. Na verdade, não vão. Depois do sorteio a seguir à fase de grupos, quando vi que eram os russos, fiquei contente. Como é óbvio. As probabilidades de apanhar uma daquelas equipas a que chamam “colosso europeu” eram altíssimas. Portanto foi uma sorte. Pois. O Zenit também deve ter achado o mesmo. Dai que se encheram de moral. E agora é aturá-los. Seja como for, não estou otimista para esta eliminatória. O jogo na Rússia foi um pesadelo. Não sei se foi por causa daquele frio absurdo ou se a causa foi a lástima em que estava o terreno ou ainda se foi a velocidade do Zenit. O Jesus disse que foi o campo. Não sei. Sei que os nossos jogadores pareciam estar com problemas no motor de arranque. Sempre a reagir com uma fração de segundo de atraso. Além disso, um bocado desorganizados e confusos face à pressão dos russos. Perdemos com um golo sofrido estupidamente a acabar. Mas não merecíamos ganhar. Agora, no dia 6 de Março, temos que vencer. É desconfortável. Causa muita pressão. Os tipos são rápidos. Estão confiantes como lobos esfomeados. Não sei se o Benfica já tem a maturidade suficiente para chegar lá, jogar normalmente e fazer o que seria normal: ganhar, pois claro. Vamos ter fé. Sobretudo em Jesus.

 

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