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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

NEURA


Tita

24.10.13

 

Decididamente não gosto de ouvir música de manhã assim pouco tempo depois de acordar. Nem música nem palavras. Não gosto de ouvir nada nem ninguém. E como isso não é possível fico ligeiramente neura.

 

Atualmente tenho a sorte de poder imitar o ritual espanhol da siesta. Chegada à hora do almoço vou para casa comer qualquer coisa rápida e dormir no sofá da sala. Hoje não dormi nada porque o cão só incomodava. É pequeno e pode subir para o sofá. Mas tem que saber qual  é o lugar dele. Não sabe e resolveu ir meter a cabeça ao pé da minha. Outra neura ligeira.  

 

O dia-a-dia é feito de pequenas contrariedades que provocam pequenas neuras. Pelo menos no meu caso é assim. E no caso das outras pessoas também deve ser. Não sei é se reconhecem as pequenas neuras como elas são ou se dizem no fim do dia que foi tudo muito stressante.

 

OS MEUS DISCOS


Tita

21.10.13

 

 

Quando se está com a cabeça pouco viva é mais difícil escrever. É claro que não é a cabeça que abranda. São as emoções que se desajeitam. As emoções são muito poderosas e é por isso que, uma vez, desajeitadas se enrolam e se sobrepõem umas às outras formando um grande nó.

 

Quando há nós é uma chatice. Uma pessoa quer puxar pela linha e ela para inapelavelmente num certo ponto. Temos que parar nós também para ficar ali a desenrolar aquilo. Assim sucede também com as emoções.

 

Esta semana no Expresso o Padre Tolentino Miranda escreveu sobre o perdão. O texto dele andava à volta da necessidade de perdoar para nosso próprio bem, entendendo que quem nos fez mal tem muitas atenuantes.  As suas fraquezas. Como nós temos. O texto era ótimo mas sem novidades.

 

Eu acredito no perdão que vem com o tempo. Com o tempo, as nossas emoções vão-se alterando e a nossa versão da realidade vai sendo mudada. Com o tempo é natural e humano acabar por perdoar. Com o tempo, perdoar não dá muito trabalho. No fundo este é o perdão do Padre Tolentino. Deve ser este, quero dizer. Teria que reler o seu texto agora para me certificar.

 

Não há nada melhor do que uma boa música e pouca gente num sítio onde quem nos serve seja invisível.  Eu cá, não tenho ouvido música nenhuma. É claro que a música do rádio ou da aparelhagem do vizinho não conta. Repito, portanto, que não tenho ouvido música nenhuma. Eu gosto do jazz dos meus discos.

 

BLUFF?


Tita

10.10.13

 

 

 

 

Mentir é dizer ou fazer algo para alterar os factos como se estes fossem outra coisa diferente. Fazer bluff é, sem mentir, tentar  convencer  que um facto existe, não existe ou é diferente da realidade.  Em termos práticos, é capaz de não fazer muita diferença . O resultado é sempre o engano. E os níveis de engano não são maiores no bluff do que na mentira. Ou vice-versa.

 

TÉDIO


Tita

08.10.13

 

 

No tédio parece que estamos numa solitária viagem de comboio por uma longíssima planície sem casas e poucas árvores semeadas. O ritmo do tédio, neste caso, é marcado por aquele barulho repetitivo que o comboio faz a andar. Quando o tédio é no sofá ou numa cadeira de, por exemplo, um escritório, o tédio não tem ritmo marcado de fora. É só incapaz de ser distraído ou embalado.

 

O tédio significa pensamentos lentos como tartarugas gigantes a tentar correr. O tédio deixa os membros pesados. O tédio não passa se não mudarmos de sítio. Desde que não seja de comboio. Senão não passa mesmo. O tédio tem a ver com a obrigação de estar parado e não poder fazer outras coisas para além de corridas de tartarugas se fôssemos tartarugas. E tudo isto dá muito sono.

 

Há diferentes níveis de tédio. Há aquele que não passa mesmo quando se muda de sítio e não se vai de comboio. Este é o mais pesado e lento de todos. O mais profundo. É que o tédio tem a ver com a existência de impedimentos no pensar e no agir. Tem a ver com a obrigação de estar e de fazer. Ou, o que é pior, de estar e não fazer. Quando a liberdade é verdadeiramente sentida, nunca há tédio.

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