UM DIA QUE CORREU MAL
Tita
11.11.16
Hoje tirei o dia para pensar no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa, E.P.E., vulgo Hospital Júlio de Matos. Não posso dizer exatamente em que coisas me andei a centrar. Porque é matéria do foro profissional.
Mas posso deslizar na questão e referir que no outro dia uma colega, que se queixava de qualquer coisa, acabou por mudar radicalmente de conversa e dizer que “há pessoas com a vida destruída”. Estava a olhar para um utente do Júlio de Matos, reparei. E calou-se imediatamente no que estava a dizer antes.
Hoje foi um dia chato. Um daqueles dias cinzentos e em que já é noite e ainda não são seis horas. Perdi um almoço com uma amiga do coração que, ainda por cima me faz rir. E não recebi um email muito importante. Aliás hoje sucedeu-me telefonar para diversas pessoas e não ser atendida e mandar mensagens a outras que não me deram resposta. Não é normal.
A propósito de rir, uma vez fui a uma reunião de NA (não por mim mas por um amigo). Ali não é norma o riso. Aquilo é bastante deprimente para quem não é NA e a salvação para quem é. Porque basicamente as pessoas estão ali a falar sobre as coisas que não lhes fazem bem. E ainda sobre as pequenas vitórias que vão acumulando ao longo dos seus dias-a-dias de dificuldades e receios. É preciso dizer que os NA são uns vencedores. Não obstante, sucedeu que apareceu uma partilha hilariante que me fez rir às lágrimas. Não me lembro já das coisas que ele disse. Mas ficou-me aquela boa impressão. Gostei sinceramente dele.
Lembrei-me de dizer isto a propósito de ser facilmente conquistada por pessoas que fazem rir. Podia explicar porquê. Tem a ver com aquela ideia de que não devemos levar-nos muito a sério. Eu acredito nessa ideia. Não vou é estar para aqui a aprofundar a matéria num dia que correu tão mal.
Daqui a pouco, às 21h, vou ao teatro. Vamos ver se o fim de semana me resolve.