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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

OS ESTADOS DO ESPÍRITO


Tita

15.12.16

 
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Fiquei a pensar que a fotografia do macaco no post anterior pode dar lugar às interpretações mais diversas e causar alguma apreensão sobre a relação do símio com o tema. O que sucede é que não sou grande coisa a escolher imagens e lembrei-me do macaco porque o meu amigo ali mencionado falou de calos no rabo do macaco, sendo que este era ele. Assim, confesso que detesto a foto em conjugação com o tema. Não obstante, não a vou retirar porque não sei o que haveria de pôr ali.

 

Ainda a propósito do tema da maturidade, gostava de deixar claro que, sendo verdade que aquela está ligada à idade, sempre é certo que não se trata de virtude de pessoas idosas.

 

Posto o que antecede, deveria agora falar de outra coisa qualquer. No entanto, para já, estou aqui a comer umas bolachinhas com cereais. E vou agora abrir um iogurte líquido. Na verdade, o meu almoço foi uma maçã. Daí que está tudo explicado.

 

Gostaria de falar um bocadinho sobre música. Ao dizer isto, ocorreu-me a Maria João Pires e Mozart. Uma conjugação perfeita. Há uns meses estive a estudar insistentemente alguns assuntos complexos, tendo contado com a ajuda de ambos aqueles. Sem dúvida que a música altera o estado de espírito. E não o estado de alma. Porque a alma é a energia vital e o espírito é a forma que essa energia assume dentro de nós. Inalterável em alguns, muito poucos, aspetos. Modificável em quase tudo. Mas isso, sendo verdade, não tem nada a ver com o facto de o espírito ter estados. Os estados do espírito são os seus humores, os quais são, por natureza, inconstantes. E é aqui que a música entra. Mas também podem entrar outras coisas designadamente gritarias, implicações e barulhos.

 

MATURIDADE


Tita

14.12.16

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Porque hoje me contaram sobre atitudes incrivelmente infantis de pessoas adultas, fiquei a pensar no que será a maturidade. Embora entre a infantilidade e a maturidade exista um estágio intermédio, que normalmente ocorre na adolescência (a qual, ao contrário do que se possa pensar, vai para ai até aos vinte e cinco anos), e é um hibrido. Um hibrido de infantilidade (que inclui coisas boas como a pureza de sentimentos), estupidez e imensa vontade de viver.

 

Bem sabendo que as crianças são capazes do melhor e do pior no seu melhor e no seu pior, sempre me intrigou o facto de ver os adultos que se infantilizam nas suas atuações a cair invariavelmente no espetro da maldade infantil.

 

Mas sobre a maturidade, a maturidade tem a ver com a calma, creio. Embora existam pessoas maduras que podem ser bastante exaltadas. Mas isto é do sistema nervoso. Quando falo de calma, quero dizer que existe um entendimento de que há tempo para as coisas e para cada coisa. O que não deixa de parecer contraditório porque a maturidade está inelutavelmente ligada à idade, sendo certo que, deste modo, o maduro tem menos tempo para esperar que o imaturo. Mas não é contraditório. Na verdade, maturidade também é saber relativizar o tempo. E saber aproveitá-lo melhor, já agora.

 

A calma de que falei adquire-se com a experiência. Um amigo meu dizia que era um “macaco com calos no rabo”. Compreende-se assim que se fartou de levar pontapés no dito. Portanto, a experiência resume-se à vivência de um conjunto de acontecimentos que todos juntos são representativos de um enorme enxerto de pancada. Claro que estou a referir-me à experiencia enquanto conhecimento da forma de atuar própria em relação ao desconhecido que pode, em perspetiva, ser mau ou trazer chatices ou meros incómodos.

 

Com certeza que também existem as boas experiências. Aquelas que não fazem mal ao rabo mas alimentam positivamente o espírito. E o lado bom do espírito das pessoas maduras, se for grande, torna-se parecido com os bons e puros sentimentos das crianças.

 

SER CONTROLADORA


Tita

13.12.16

 

Sempre me importou saber-me inteligente. Porque achava que se o fosse perceberia sempre tudo o que estivesse ao meu alcance para perceber. E isto é importante porque sou uma controladora.

 

Devo dizer que os controladores, quando estão cansados, começam a mexer-se menos. A ter uma atividade menor. A não se exporem a eventos novos. Que é para terem um menor número de coisas para controlar.

 

É, sem dúvida, por ser uma controladora que, sempre que entro num avião, coloco seriamente a hipótese de poder morrer naquela viagem. É que não controlo o processo. Assim, para me ajudar a “descontrolar”, tomo sempre uns quantos xanax. Tomados os comprimidos e a decisão, fico mais aliviada. De tal forma que durmo imediatamente logo que chego ao ar.

 

Quando estou à espera de notícias importantes, alargo o meu pensamento sobre todas as possibilidades do espetro. Vou desde a sensacional à mais profundamente derrotista. Portanto, observa-se que a uma controladora não faltam motivos de distração. Formas de ocupar a mente. Atividade.

 

O problema de ter a mente sempre ocupada é que não sobra espaço para não pensar. Não pensar existe. Existe o não pensar antes, melhor dizendo. Não pensar antes da emoção mas a seguir à mesma. Desconheço este processo em termos de habitualidade. Não o desconheço das vezes em que sou apanhada de surpresa. Com efeito, eu tenho muito o hábito de pensar no que vou sentir (creio que é para me controlar a mim mesma), pensando em como será que as pessoas costumam sentir.

 

A questão é que me surpreendo sempre a não sentir aquilo que tinha pensado. Por isso era escusado ter-me cansado tanto. Normalmente, fico bastante calma com as notícias que vêm. Mesmo que sejam excelentes ou muito más.

 

AMIZADE (entre mulheres heterossexuais e homens gays)


Tita

12.12.16

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A amizade é uma relação de solidariedade e lealdade, baseada na qualidade das afinidades encontradas e na profundidade das experiências partilhadas ao longo do tempo que fundamentam um sentimento de amor que exclui a atração física e não tem como objeto os nossos pais, irmãos ou outros familiares próximos.

 

Existe esta mulher loura de cabelos compridos, com uns quilitos a mais do que o average, cuja voz é como a de uma bonequinha de filme de terror (daquelas que ganham vida e assassinam as pessoas insidiosamente), a qual se torna irritantemente expressiva quando ela diz “olá”. Esta mulher alta costuma vestir umas camisolas sem ombros (por vezes com lantejoulas) e calças justas a definir as grossas coxas. Tanto quanto sei, ela sente-se designadamente atraída por um madeirense de olhos verdes com cara de cafajeste, que praticamente foge dela. Em sua companhia (da mulher) surge frequentemente um pequeno gay de pele muito branca, faces rosadas e de voz fina que, quando fala, parece que vai rimar a todo o momento (digo isto por causa do tom declamatório). Ela tem mais de quarenta e ele não tem trinta.

 

Ao que julgo saber, ela diverte-se com a maneira de ser dele. Um rapaz muito desempoeirado, de piada pronta, um tanto provocador e, não obstante, com a sensibilidade à flor da pele. Ele, por seu lado, nomeadamente, deslumbra-se com a experiência dela (profissional e de vida), vibra com as conversas que têm sobre os homens que agradarão certamente a ambos e também sobre aqueles em que os gostos divergem e adora trocar impressões com ela sobre roupa e make up. Creio que, neste momento, por tudo o que os une, já são confidentes um do outro no que essencialmente diz respeito aos intricados detalhes das respetivas vidas amorosas.

 

Posto tudo o que antecede, e contrariando um vasto número de casos que são evidências, quero firmemente acreditar que existem relações de amizade entre homens gays e mulheres heterossexuais.

 

IRRITAÇÃO


Tita

09.12.16

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Eu não respondo a nada sem ir estudar o assunto primeiro. Seja lá que matéria for. Aprendi isto no estágio de advocacia. Mas serve para todas as situações da vida. Hoje um tipo mencionou em tom baixo e um tanto titubeante que era fácil responder a uma coisa que eu não respondi. Fiquei irritada com o facto. O que me irrita solenemente. Por qual razão não consigo eu ficar indiferente a estas coisas se sei das minhas razões? Porque não reajo bem às agressões. E isto foi uma agressão. O tipo queria lá saber da resposta. O que queria era deixar vincado é que eu não respondi a uma questão fácil. Como se eu fosse ignorante/incompetente. Ora, uma vez que eu não lhe fiz mal nenhum, com exceção de facto de viver e respirar, devo concluir que a agressão em causa foi gratuita. E, portanto, reformulando a minha afirmação anterior, devo dizer que não consigo lidar bem com agressões gratuitas. É como se um pouco da minha fé na humanidade se esboroasse um bocadinho. Isto por razões óbvias que me escuso de estar agora aqui a explicar.

 

Uma vez vieram aqui fazer comentários ao blog. Disseram que eu devia escrever sobre coisas positivas. Não sei se entendi muito bem. Talvez devesse deixar aqui alguns poemas sobre o amor correspondido, embora bem saibamos que a poesia de qualidade, quando fala de amor, fala sobre os tormentos da alma. Talvez devesse falar de ir às compras, embora bem saibamos que o SPAM sobre o assunto enche diariamente as caixas de correio eletrónico e outros sítios virtuais. Talvez devesse falar sobre o dia bonito que está hoje, embora bem saibamos que o assunto do tempo só serve para meter conversa à falta de melhor. Talvez devesse explicar como é bom ter saúde mas não o faço pela mesma razão que não digo como me é importante o meu braço direito, sendo eu canhota.

 

OS HABITUAIS EXAMES DE ROTINA


Tita

07.12.16

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No âmbito de uma consulta, e na sequência da realização de uns exames no Hospital da Luz, a ginecologista do mesmo hospital só me disse coisas assustadoras do tipo: “Tumor é e parece benigno mas temos dúvidas”. E mais: “Nestes casos em que não temos a certeza, remove-se o tumor e depois mandamos para análise”. E ainda: “Vai repetir os exames e fazer uma análise aos marcadores tumorais”.

 

E é assim. O pânico instala-se. Não me imaginei morta mas andei a fantasiar sobre a possibilidade de ter que fazer uma intervenção cirúrgica e, posteriormente, quem sabe, alguma quimioterapia. Vi-me, pois, um bocado triste e alheada das coisas normais da vida.

 

Na segunda-feira passada, uma médica muito competente que me observou ao detalhe, com a ajuda de tecnologia de ponta, concluiu o seguinte: “ Não. Não tem nada de interessante. Esse quisto aparece na idade reprodutiva e vai tê-lo enquanto tiver o período. Depois disso desaparece por si. Volte cá daqui a um ano para os habituais exames de rotina”.

 

Assim sendo, ouvi da boca desta médica a melhor notícia de todas as notícias que podia esperar sobre o assunto. Não estou habituada a isto de receber a melhor notícia de todas as notícias que é possível receber sobre um mesmo assunto. Por esta razão, fiquei um bocadinho confusa. E só tinha pensamentos do seguinte género: “Mas, então, e a ressonância magnética, não é preciso, afinal? E nem uma operaçãozinha vou fazer?”. Foi por causa destes sentimentos que andei calada e pensativa o dia todo.

 

Hoje é diferente. Estou grata e sinto-me uma pessoa com muita sorte.

 

Quanto ao Hospital da Luz, estamos conversados.

 

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