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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CONSCIÊNCIA PROBLEMÁTICA


Tita

31.10.17

 

 

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Sempre tive problemas de consciência em relação a tudo o que tenha a ver com as minhas pequenas ou grandes prevaricações. Sejam por ação ou por omissão. Por exemplo, lembro-me de ser pequena e roubar por uma única vez uma laranja numa loja de rua. Fiquei toda a tremer no e no após o ato, sendo certo que, ato contínuo, deitei fora a laranja e fui para casa chorar e rezar, pedindo mil perdões a Nosso Senhor pelo imenso mal que tinha feito. Isto malgrado ter uma colega que todos os dias praticava o ato e comia a laranja muito satisfeita à minha frente.

 

Relacionado com o antedito estará o facto, calculo, de, na altura, ir muito à missa com os meus pais. Em criança era obrigada a ir à missa, pois. Claro que me distraia imenso enquanto lá estava porque aquilo não é sítio para crianças. Mas o certo é que, mal ou bem, assimilei os princípios estratégicos do catolicismo. Assim, aprendi que não podia sair da linha. Senão ia para o inferno. Ora, a expetativa do inferno consubstancia-se já em parte do inferno em si. É por isso que tremia. E ainda tremo quando faço alguma. Mesmo que seja ligeira e compreensível. Mesmo que não seja apanhada. De qualquer maneira, não consigo abstrair do ar de satisfação das inúmeras pessoas que eu vejo a comer a laranja.

 

NADA A DIZER


Tita

27.10.17

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Confesso que tenho trabalhado imenso. E, já por isso, hoje, pela tarde que é agora, resolvi que já não trabalho mais. Daí que estou aqui a escrever para fazer tempo. Ora, se estou a fazer tempo, é porque não tenho nenhum assunto assim em concreto para falar.

 

Sempre ouvi dizer que, quando não se tem nada para dizer, fala-se do tempo. Porém, não me apetece falar do tempo. Sobretudo porque está ótimo. De facto, falar de um dia bonito de sol quando a nossa vida se passa dentro de um gabinete fechado e a seguir nas instalações fechadas de um ginásio, é estar a fingir. A fingir que se aproveita o dia assim bonito como está quando, na verdade, o que se aproveita é o facto de não se apanhar a chuva de outono, nos momentos em que passamos entre um lugar fechado e outro. Chuva que, a bem da verdade, já podia estar muito bem a molhar-nos até à paciência. Outono estranho este.

 

Verifica-se que, afinal, sempre falei um bocadinho do tempo. Deve ser porque é inevitável nas circunstâncias em que me encontro: não ter nada para dizer.

 

SABER VIVER


Tita

26.10.17

 

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Por vezes ouço dizer que A ou B “sabe viver” e que por isso a respetiva vida é boa. Confesso que não entendo a expressão. Eu que não tenho paciência para fazer “amizades” por conveniência. Que, com jeitinho, não sei como levar “a água ao meu moinho”. Até porque tenho uma consciência que, felizmente, raramente me atormenta.

 

De facto, eu não sei o que quer dizer “saber viver”. Mas, mesmo não sabendo, tenho a impressão de que é preciso uma pessoa estar formatada para o efeito. Na verdade, ser dona de um determinado feitio, de uma certa forma de ser.

 

Há umas semanas estive num almoço de “englobalização”. E, numa perspetiva de englobalizar, eu devia ter sido encantadora e cativante. Mas eu, antes pelo contrário, meti a cabeça no prato e pus-me atentamente a comer. Porque os assuntos “puxados” para a conversa enchiam-me de tédio. E eu sem sal não consigo ingerir. Por seu turno, a comida estava bem temperada. Daí a opção.

 

ENTENDER A PAIXÃO


Tita

23.10.17

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O amor é o sentimento mais profundo que envolve as pessoas. Em princípio é recíproco ou partilhado. Não. Não é em princípio. É sempre recíproco ou partilhado.

 

O amor é aquilo que sentimos pelas pessoas que nos são estruturais. Pela família, claro. Também por um ou dois amigos, certamente. Mas por alguém que não é da família nem dos amigos, sem dúvida.

 

É deste último tipo que quero falar. Que todos queremos falar. Chamo-lhe tipo especial. Porque em princípio este é dos tipos o único que não nos acontece pelos laços de sangue ou pela convivência. Pacificamente.

 

Antes pelo contrário, por este tipo é preciso procurar e lutar. E, ainda assim, ele não aparece quando se procura e morre sempre quando há luta.

 

Fazemos amor sem saber o que é o amor. Só sabemos do desejo. E daquele extraordinário tipo de empatia que vem do desejo e que se chama paixão. Através da paixão estabelece-se uma convivência próxima muito pouco pacífica mas incontornável e feliz.

 

Porém, um dia a paixão acaba e as pessoas ainda estão a conviver. Mas já não será por muito tempo. É um acordar doloroso. Neste caso, quem aguardava o tipo especial enganou-se. E é capaz de sofrer um bocado. Quem não o esperava fica bem assim ou no vazio identificado com a ausência de dor. Sempre que a paixão morre o amor não aconteceu. Por isso o que é preciso é entender a paixão.

SONHAR TODOS OS DIAS


Tita

19.10.17

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Ando a sonhar todos os dias. Sei disso porque acordo e lembro-me de algumas coisas. Embora nunca muito organizadas. Gostava de me lembrar dos sonhos todinhos e sequencialmente. São pequenas estórias com um princípio meio e fim que importam. Porque são vividas. De uma outra forma, mas são vividas. Já me contaram que é possível ter orgasmos a dormir. Ou melhor, a sonhar. Eu nunca tive essa sorte. Declaro.

 

NÃO SOU MUITO DE FAZER FESTAS


Tita

17.10.17

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Hoje vou mais cedo para casa porque tenho lá uma profissional que vai tirar medidas para construir um roupeiro até ao teto, e onde se encaixa a cama, dentro do meu quarto. Chateia-me isto. Não queria que a mulher lá fosse. Uma pessoa não está à vontade. Tinha vontade de me descalçar e ir lanchar para o sofá já em pijama. Ver televisão e não me preocupar com nada.

 

Assim não. É preciso fazer sala. Oferecer-lhe o que beber. Da primeira vez que lá foi perguntei-lhe se queria vinho branco. E ela: “é a primeira vez que um cliente me oferece vinho branco”. Não percebi. Talvez não seja conveniente beber enquanto tira as medidas às coisas.

 

Por outro lado, já estou contente apenas com a expetativa do roupeiro que somente fica pronto em novembro. É que não tenho mais onde arrumar a roupa. E agora que fui ao Norte e comprei mais umas pazadas dela, estou sem saber para onde me virar. Além do mais, o desenho do dito móvel é espetacular, pelo que o quarto vai ficar muito bonito.

 

É de acrescentar que a referida senhora tem medo de cães. Ora, eu tenho dois, sendo que o mais pequeno decidiu que quer estar sempre ao pé dela. Por vezes trocam ideias. O cão mete literalmente o nariz nos papéis e ela fala-lhe, explicando que “não sou muito de fazer festas, sabes?”. Mas vai tolerando o pequeno animal, enquanto fica mais um bocadinho nervosa a cada minuto que passa.

 

Pois, como referi, ela vai lá hoje daqui a um bocado. E eu tenho que ir.

 

WORK IN PROGRESS


Tita

16.10.17

 

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Tenho para aqui isto tudo parado. Na verdade, tudo se deve à falta de inspiração. E a falta de inspiração tem na raiz a ausência de um estímulo.De qualquer maneira, também não disse bem. Nem tudo é falta de inspiração. Porque tenho trabalhado imenso.

 

Quando se trabalha muito não há tempo para muitas pausas. E eu escrevo normalmente nas pausas do trabalho. Embora, algumas vezes, também me ponha a encher o blog quando estou em casa. Mas é raro. Uma pessoa sai do trabalho um bocado alérgica aos computadores. Por isso, se quero entrar na net, só mexo no meu telefone. Ora, no telefone não dá muito jeito escrever posts do género daqueles que eu publico aqui.

 

Bem, vou trabalhar.

PERSONALIDADE


Tita

04.10.17

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Mudar. Em algumas situações é impossível mudar. Por exemplo, os caracóis não mudam nada. E se mudarem de casa morrem ou já estão mortos.  

 

Para as pessoas em geral, mudar só é bom quando é óbvio que fará bem. De resto, não é grande coisa. Pelo menos em prespetiva. Com exceção da doença muito grave, acredito que todas as mudanças trazem coisas boas. Mas isso só se vê depois. Quando for feito o balanço de perdas e ganhos. Antes de mudar seja o que for ou seja para o que for que não seja obviamente bom, o que existe é desconfiança.

 

É que há todo um mundo particular cheio de coisas conhecidas. Não interessa se algumas são menos más e outras são menos boas. O que importa é que já sabe mexer com elas. Que estamos adaptados a elas. Há rotinas. Não é confortável mudar rotinas. As rotinas são trilhos que marcam um caminho orientado. As pessoas não gostam de perder o trilho. Porque se desorientam. E mesmo que não se desorientem têm medo de se desorientar.

 

A verdade é que na vida tudo se altera constantemente. Lenta ou bruscamente. De forma visível, ou não. E que não há outro remédio senão mudar. A sensibilidade, os padrões, as conversas, as ruas, os carros, a escova de dentes e o pijama.

 

A propósito de mudança ou de imutabilidade, há quem fale em traves mestras da personalidade. Como se fossem pilares indestrutíveis ou imutáveis do espirito. Na verdade são apenas aspetos sublinhados da personalidade. Que podem não mudar durante muito tempo e por isso sustentarem a nossa  maneira de ser. Mas se for mesmo preciso também eles mudam. É uma questão de sobrevivência. Porque, aliás, quem não muda, não se adapta e quem não se adapta morre, como diz o ditado. 

 

PREGUIÇA


Tita

03.10.17

 

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Não tenho dúvidas que sou uma preguiçosa. É por isso que trabalho tanto. Sou capaz de trabalhar um número infindo de horas seguidas sem me cansar. Sinal de que estive maior número de horas sem fazer nada. Gosto de fazer nada. E isto inclui pensar.

 

Agora ando para aqui no trabalho a fazer só as coisas básicas. É porque está calor. Mas também é porque se acumulou muita coisa. Ou melhor, acumularam-me muita coisa. Depois, por causa disso, não me apetece pegar em nada. Claro que aumentando a pressão, que já se faz sentir, terei que levar tudo em frente.

 

Enfim, é sempre assim comigo quando me atiram muitas coisas para cima ao mesmo tempo. Fico contrariada. É automático.

 

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