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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

DIPLOMACIA


Tita

20.01.08

 

 

Eu não acredito em pessoas más, mas que existem, existem. E eu não acredito. Tenho sempre a certeza, que não é, que não é maldade, é perturbação. Que com ajuda vai passar. Vai melhorar. E viveram felizes para sempre. Somos todos bons rapazes. Mas não. É maldade. E eu não acreditando, vou dando o corpo ao manifesto. Mas acho bem. Temos que tentar fazer o bem por bem e cheios de esperança na human kind . Eu mantenho intacta a minha esperança na raça humana. Só não consigo resolver este problema de cariz mais ou menos intelectual. Mas se não há pessoas más, então como podem existir pessoas más? Não percebo. Isto vai atormentar-me para o resto da vida. Esta confusão. Seja como for, uma coisa é certa. As pessoas más, se é que existem, e existem, mas eu não estou convencida, sofrem muito. Temos que lamentar por elas. Por mim já sei o que sinto: indignação e pena. Também tenho algum medo. E sinto-me muito desconfortável. É complicado lidar com uma pessoa genuinamente má, embora eu ache que não existem pessoas destas.

 

Ainda dentro do mesmo assunto, devo dizer que sou uma excelente diplomata, mas a diplomacia que exercito faz-me sofrer. Porque faço manobras provisórias. Isto é ser diplomático. Fazer manobras provisórias. Fingir isto e aquilo porque se tem que fingir enquanto se espera que a perturbação do nosso objecto vá passando. Quando somos diplomáticos, não podemos dizer a verdade. Como é evidente. Vamos fazendo tudo muito devagarinho. E, por vezes, temos que divergir um bocadinho das nossas crenças. Só para ir até ao campo do outro. Só para o trazermos para o nosso lado. Não gosto disto que sei fazer tão bem. Mesmo que o meu lado seja o do bem. Não gosto de mentir. Não gosto de fingir. Não gosto da provisoriedade. Nada pode ser mais inquietante do que o provisório declarado. Que insegurança! Mas, afinal, há pessoas que não estão interessadas em mais nada, para além delas próprias, com todas as consequências trágicas que daí advêm. Existem realmente pessoas que não têm interesse em mais nada para além de si, e por isso odeiam-se. É terrível. Um sofrimento atroz. Há pessoas assim. Que não são mais nada do que isto. Mais nada mesmo. E eu não acredito nisto. Nem nas consequências disto.

 

A dualidade é muito desconfortável. A pura. Querer ir para a direita e para a esquerda ao mesmo tempo. Sentir nos dois sentidos. Acontece-me muito. Estou lixada, portanto.

 

Para terminar, gostaria de deixar bem claro que sou uma pessoa competitiva, vaidosa, com tiques de vedeta (sabe-se lá porquê) armada em boa e dou muitíssimo valor às aparências.  Vivo, portanto, em angustia permanente. Não é ridículo? Porque não aparece ninguém muito diplomático que me venha salvar. Garanto que, pelo menos não sou um caso perdido. Muito obrigada.

 

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