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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

NATÁLIA DE ANDRADE DOC


Tita

17.01.11

  

natalia

 No jornal Público de 29 de Junho de 2010 foi feita uma espécie de biografia de Natália de Andrade(http://www.publico.pt/Sociedade/natalia-de-andrade-a-cantora-iludida-que-pensava-ser-diva_1444383?all=1).

 

Mas na verdade fiquei mesmo presa numa declaração da própria feita numa entrevista cujo excerto está publicado em http://nataliadeandrade.com.sapo.pt/entrevista/entrevista.html “Depois da minha mãe, eu sou a maior cantora lírica do mundo. Callas? Quais Callas, quais carapuça!”. Eis o segredo que fundamenta o fenómeno. A fórmula: paixão, crer e não querer saber. Creio.

  

Observe-se a "Quais Callas, quais carapuça!" a cantar a Habanera da Carmen de Bizet. É outro mundo dentro do mundo. Não o mundo de Natália, que é de um mundo claramente fora do mundo concebível.

 

 

 

 

Na verdade, a primeira vez que ouvi Natália foi numa discoteca. Uma discoteca com onda, segundo os conceitos gerais. A música estava tum-tum-tum/gbum-gbum-gbum/tum-tum-tum.

  

 

 

De repente o DJ muda tudo. Desliga as luzes. E mete alternativa a abrir: Natália de Andrade. Nem mais nem menos.

 

 

 

 

Tudo parado. Tudo a olhar em volta. E finalmente para cima. Quando as coisas nos ultrapassam tendemos a olhar para o ar à procura de uma explicação.

 

Fiquei a ver os ferros e os cabos e as lâmpadas do tecto. Enquanto a voz me penetrava o cérebro receptivo graças à vodka. As primeiras apresentações resultam sempre melhor sobre pessoas relaxadas. O álcool é um excelente relaxante.

 

Como sabemos, as perguntas que dirigimos para o céu raramente têm resposta. Porque a maior parte das soluções possíveis estão no ponto da sua origem. Na terra e em nós.

 

No termo do efeito surpresa, fiz então o que me mandava o bom senso. Baixei a cabeça e olhei para dentro. Senti-me a gostar muito do que se estava a passar.

 

Natália de Andrade escandalizava-me. Cantava Verdi. Na magnífica voz que tinha para cantar como cantava. No som do disco adivinhava-se a expressão, os gestos, a entrega. Ela. Absolutamente única. Portanto inimitável.

 

Creio que não é difícil ficar preso ao fascínio de uma raridade. A raridade da "voz de cristal portuguesa", como a própria informava.

 

 

 

 

Bravo! Bravo! Bravo!

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