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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

OS PEQUENOS CANALHAS


Tita

01.12.20

O acolhimento necessário da criança ferida do adulto - Toda On

 

Sei de um rapaz que, em criança e depois na adolescência, ouvia permanentemente elogios da mãe. O mais inteligente, o mais bonito, o mais forte, e por aí fora. Na verdade, aquela mãe, sem nunca demonstrar porquê, sem jamais o por à prova, dizia-lhe sempre que era o maior, sendo que ele se convenceu firmemente disso.

Claro que, desde muito pequenos e pela vida fora, temos de enfrentar os outros e as situações fora de casa. Sobretudo, a escola e, mais tarde, o trabalho e, claro, o amor. Assim, aquele rapaz descobriu que não era bem o que a mãe lhe tinha dito (o que, de resto, não existe). Que, afinal, era só uma pessoa como as outras, embora baixo e com pouco cabelo.

Então, deixara de acreditar na mãe, e, portanto, sentia raiva dela. Igualmente, enganava a namorada de há um ano porque, consequentemente, não confiava em mulher nenhuma que lhe tivesse afeto. E, por fim, não tinha boa relação com os colegas de trabalho por sentir-se sempre pressionado (por si mesmo, claro) a mostrar mais do que eles.

Apesar de perceber os seus problemas, compreendendo que sofria, não consegui sentir empatia. Um gajo que já não gosta da mãe, que engana a namorada e que faz a vida negra aos colegas de trabalho…

Como todos os que são assim, este era apenas um tipo que procurava a fórmula para sentir-se melhor com o que fazia. Para ser desculpado pelo que de mau praticava. Não tentava reinventar os seus afetos e, tão pouco, queria saber do valor da humildade.  

Quero lá saber dos passados infantis, de pessoas atualmente infantis, mas que já são adultas. Não há nada pior do que um adulto-criança. Um pede-pede, mas não quer comer a sopa de legumes. Em suma, um pequeno canalha.  

 

OS ASSUNTOS QUE NÃO NOS INTERESSAM


Tita

06.08.18

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Como se sabe, as pessoas andam cada vez mais necessitadas de atenção, pelo que tentam por todos os meios captá-la. Ora, como as pessoas não conseguem abstrair-se dos seus próprios umbigos, convencionam que os assuntos que lhes interessam constituem matérias também do interesse dos demais.

 

Sem prejuízo, é também verdade que o problema está igualmente na forma como cada assunto é abordado. Com efeito, há pessoas que têm visões monótonas, sonolentas e cinzentas das coisas. São como contabilistas a olhar para as flores dos jardins, tentando enquadrá-las na realidade do POC.

NECESSIDADE DE AFIRMAÇÃO


Tita

18.01.17

Resultado de imagem para necessidade de afirmação

 

Tenho andado a pensar sobre a questão da necessidade, que algumas pessoas (cada vez mais) demonstram, de afirmação. É a afirmação do eu. Eu sei (de cultura geral ou conhecimento técnico). Eu tenho (bens materiais). Eu faço (coisas que muito poucos podem fazer). O eu de cada um é, assim, constituído por tudo o que cada um sabe, tem ou faz. E é através destes elementos que, do lado de fora, se observa o eu das outras pessoas. E é por isso que as pessoas tendem a sublinhar tais elementos. Falo de relações que não são de amizade ou amor.

 

Creio que a questão aqui é de balanço. Se não há balanço, os indivíduos tornam-se, num primeiro ponto de análise, extremamente chatos. O balanço faz-se através de um processo cujo objetivo é evitar a colisão dos eus. Portanto, quando há quem exagere há sempre quem se chateie.

 

Por vezes, no entanto, ocorrem duelos. Quando um eu se está a afirmar e o eu recetor se torna em emissor, como é próprio do processo de comunicação, e faz o mesmo de volta. Porque também é um chato.

 

A minha questão ao escrever estas coisas tem a ver com o que eu gostaria de dizer sobre as mesmas. E que é: não vale a pena insistir nesta conduta. Toda a gente percebe que a necessidade de afirmação tem a ver com a busca de afeto e tem na origem a falta de afeto. E que, portanto, ninguém é imbecil ao ponto de se meter a dar afeto a um chato.

 

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