Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

A "VACA FRIA": AUTOESTIMA


Tita

02.10.21

VOLTANDO À VACA FRIA... - VÍRUS DA ARTE & CIA.

Voltando à “vaca fria”. A autoestima. Já escrevi algumas coisas sobre este tema. Porém, acabo a  confessar que não tenho uma ideia muito sólida sobre o conceito e o significado. Assim vou escrever. A ver se surge alguma ideia aproveitável. Só para ver.

Lembro-me de ser pequena e pensar que não queria ser outra pessoa que não eu própria. Outra pessoa mais rica ou mais bonita, por exemplo. Se fosse para deixar de ter a cara que tenho. Se fosse para deixar de pensar o mundo como eu o vejo. Se fosse para deixar de sentir a vida como sinto. Não queria. Isto acontecia-me, estes pensamentos, quando, precisamente, aparecia uma menina da minha idade aparentemente mais bem colocada em relação a um contexto comum. Que era aquele em que me encontrava confrontada com ela. Creio, então, que tenho autoestima. Pois se não quero ser outra pessoa por ter pena de perder a pessoa que sou…

Na verdade, por outro lado, há muitas coisas que eu queria, mas não possuo. E, a este propósito, adiantaria que gostava de ter uma alma melhor. Ser melhor pessoa, portanto. Not that I consider myself as an evil person. Não é isso. Mas acho que podemos sempre ser melhores. Mais solidários. Mais generosos. Gostava de ter aquela espécie de grandiosidade própria das pessoas sinceramente humildes e viradas para fora de si mesmas. Igualmente, queria ser bem comportada quando não me porto bem. Na medida em que podia ser menos egoísta. Menos orgulhosa. E menos competitiva. Mais compreensiva. E, portanto, menos passivo-agressiva. Há, pois, diversas coisas em mim de que, factualmente, não gosto. Mas significa isto que não tenho autoestima? Não pode ser. Porque não há gente perfeita, como é sabido.

Antes pelo contrário, a autoestima nada tem a ver com os nossos defeitos e qualidades enquanto realidades pensadas do ponto de vista pessoal. A autoestima é um certo tipo de noção interiorizada, marcada, de que temos mérito suficiente para sermos amados.

E assim sendo, termino a dizer, porque me ocorreu agora, que percebo mal e antipatizo com as pessoas que amam quem não as ama de volta. Ou seja, a falta de autoestima. Claro que podia ser mais compreensiva. Mas tenho este defeito de não o ser muito, como referi.  

 

A RAIZ DO AMOR-PRÓPRIO


Tita

12.03.19

Resultado de imagem para amor-próprio

 

As formas que temos de gostar são naturalmente diversificadas em função da importância que atribuímos às características e ao lugar que as pessoas-objeto ocupam na nossa vida por causa dessas características. A questão (dos afetos) é, assim, de posicionamento subjetivo.

 

No amor-próprio também é do mesmo modo. Gostamos mais ou menos de nós de acordo com o que disse atrás: as características valorizadas e o lugar relativo (importância) que, por causa delas, nos concedemos, embora seja verdade, e evidente, que uma pessoa não gosta de si própria da mesma forma ou maneira que gosta dos outros de quem gosta.

 

Então o que é self esteem? Naturalmente, já me perguntaram se gosto de mim própria. Também já me questionei sobre isso. Não é fácil responder.

 

Eu, já com uma larga consciência sobre o que não me qualifica, eu sei que, em abstrato ou em concreto, não gostava de ser outra pessoa. Outro corpo. Outra cara. Outra conversa. Outro coração.

 

É, porém, verdade que me faço sofrer. Com as minhas exigências que causam ansiedades. E também me desiludo. Comigo. Pelo que não sou capaz e achava que era. Só que isto não é razão para não gostar. De mim, claro. Os afetos puros são energias perfeitas sobre realidades imperfeitas.

 

Por outro lado, creio que não preciso de razões para gostar de mim. Na verdade, com a mesma naturalidade do respirar, foi crescendo em mim um afeto característico por mim. Já que, como ninguém, sou eu quem me acompanha sempre.

 

Creio, em suma, que é na realidade desta solidão essencial a todo o ser humano, a qual deve ser reconhecida e bem aceite por cada um, que se encontra a raiz do amor-próprio.

 

NECESSIDADE DE APROVAÇÃO


Tita

17.02.17

Resultado de imagem para gato das botas olhos

 

Ainda a propósito de autoestima, ontem a terapeuta devolveu-me a pergunta. Bem, na verdade e para ser mais precisa, eu não lhe perguntei nada. Apenas disse que queria medir a dita, avaliar o nível. Então, ela, que raramente responde a perguntas (a menos que sejam absurdos), perguntou-me se eu tinha algumas dificuldades em fazer as coisas do dia-a-dia. Era uma pergunta retórica. Porque ela sabe bem que não me custa nada enfrentar o que é rotineiro e banal (menos levantar cedo). Ao que parece, as pessoas com baixa autoestima não conseguem fazer estas coisas sem experimentarem dificuldades. Ou seja, sem deixarem de sentir alguma angústia ou ansiedade. É o confronto com as expetativas dos outros que as atrapalham. Creio. Se percebi bem.

 

Não sei se a necessidade de aprovação tem alguma coisa a ver com a autoestima. O meu pai, no seu tempo, era um exemplo de inteligência, força e coragem (era mesmo), para além de ser histericamente exigente e placidamente autoritário. Em consequência, sempre me foi importante aferir a sua opinião sobre as coisas que eu fazia. Em princípio, nada era suficientemente bom. E quando se tratava de resultados regulares, tudo era reduzido a menos que medíocre.

 

O ponto é que a necessidade de aprovação, que em mim nasceu e cresceu, viciou-me. E agora faço sempre questão de ser aprovada em tudo pelas pessoas que estejam em posição de aprovar. Claro que não é bem em tudo. Falo de coisas externas fruto da materialização de incumbências que me sejam determinadas. Ou melhor dizendo, falo das coisas que produzo e que se traduzem em certos resultados esperados por alguém. Mas, se calhar, isto não é falta de autoestima por departamentos. Provavelmente, trata-se de egocentrismo. O que se admite.

 

Uma vez referi-me aqui à diferença entre egocentrismo e egoísmo. Recordando, terei dito, muito resumidamente, que os egocêntricos não vêm (ou outros) e que os egoístas não partilham. É possível ser-se uma coisa sem se ser a outra. E é igualmente possível ser ambas.

 

Creio que se não pensasse tanto, perdendo-me em reflexões sobre o eu e acerca do eu em relação com o meio, escaparia facilmente ao rótulo. De egocêntrica. Já egoísta, sou. E isto tem a ver com um outro defeito que é ser quasi-hedonista. Com efeito, não partilho nada do que me dá prazer. E posso estar a falar de chocolate (preto, de preferência), por exemplo.

 

A minha terapeuta referiu-se também às pessoas que têm necessidade de se dizer amadas e muito bem de vida, adiantando que tais pessoas, porque publicitam (mentiras), deverão sentir-se bastante sós. Tenho pena das pessoas que se sentem sós. Mesmo. Não estou a ironizar, armando aqui em parva. Penso que a solidão é própria das pessoas que não se bastam. Que não estão de pazes feitas consigo mesmas. De contrário, encontrariam muito mundo dentro de si.

 

UM POUCO DE AUTOESTIMA


Tita

16.02.17

 

 

Resultado de imagem para autoestima elevada

 

Porque faço terapia há alguns anos, tenho naturalmente a minha autoestima bem colocada.

 

Seja como for, porque hoje há terapia, vou perguntar o que ela pensa sobre isso. Claro que não me vai responder. Antes pelo contrário, vai induzir-me falar do assunto. E eu falarei. São as regras do jogo.

 

Poderei dizer que não acredito no que me dizem sobre mim, se o que dizem não encaixa no meu autorretrato. Depois darei exemplos.

 

Com efeito, a autoestima, que consiste no facto de um indivíduo gostar sinceramente de si próprio, é uma coisa bastante trabalhada no âmbito das psicoterapias. E tem a ver com o conhecimento que uma pessoa tem de si própria, uma vez que não é possível gostar de algo (neste caso de alguém) que não se conhece.

 

Claro que uma pessoa pode conhecer-se bem sem precisar de fazer psicoterapia. Mas esse não foi o meu caso. Embora não diga infelizmente.

AO NÍVEL DO PÓ DO CHÃO


Tita

25.01.17

Resultado de imagem para pessoas com autoestima baixa

 

Comecei a escrever sobre pessoas que soi-disant se sentem abaixo de cão. Aquelas que adoram quem não gosta delas. E quanto mais mal tratadas são, mais deferentes se tornam. Pessoas que se sentem superiores a quem lhes faz bem. Muito dentro da linha da velha estória: se eu me sinto um esterco, como podes tu não achar que eu sou um esterco? Só se fores um esterco pior do que eu. É isso. És um esterco pior do que eu. Por isso vou tratar-te mal. Conheci muita gente assim. Com a autoestima ao nível do pó do chão.

 

No entanto, não me apetece desenvolver este assunto. Porque não me identifico. Nós gostamos sempre mais de falar de coisas que compreendemos. É normal. Dá mais conforto. E eu não compreendo pessoas assim. Percebo mas não compreendo. Ou seja, percebo o processo mas não aceito as motivações. Mesmo que as mesmas se fundem em razões ponderosas ligadas a processos de vida mais ou menos miseráveis.

 

Seja como for, era um assunto. Num dia em que não estou com muito assunto para tratar. Vejo que vem aí chuva outra vez. E que o cinzentismo da atmosfera me afeta para mau e nunca para bom.

stats

What I Am

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em destaque no SAPO Blogs
pub