OS MEUS DISCOS
Tita
21.10.13
Quando se está com a cabeça pouco viva é mais difícil escrever. É claro que não é a cabeça que abranda. São as emoções que se desajeitam. As emoções são muito poderosas e é por isso que, uma vez, desajeitadas se enrolam e se sobrepõem umas às outras formando um grande nó.
Quando há nós é uma chatice. Uma pessoa quer puxar pela linha e ela para inapelavelmente num certo ponto. Temos que parar nós também para ficar ali a desenrolar aquilo. Assim sucede também com as emoções.
Esta semana no Expresso o Padre Tolentino Miranda escreveu sobre o perdão. O texto dele andava à volta da necessidade de perdoar para nosso próprio bem, entendendo que quem nos fez mal tem muitas atenuantes. As suas fraquezas. Como nós temos. O texto era ótimo mas sem novidades.
Eu acredito no perdão que vem com o tempo. Com o tempo, as nossas emoções vão-se alterando e a nossa versão da realidade vai sendo mudada. Com o tempo é natural e humano acabar por perdoar. Com o tempo, perdoar não dá muito trabalho. No fundo este é o perdão do Padre Tolentino. Deve ser este, quero dizer. Teria que reler o seu texto agora para me certificar.
Não há nada melhor do que uma boa música e pouca gente num sítio onde quem nos serve seja invisível. Eu cá, não tenho ouvido música nenhuma. É claro que a música do rádio ou da aparelhagem do vizinho não conta. Repito, portanto, que não tenho ouvido música nenhuma. Eu gosto do jazz dos meus discos.