POPULAR
Tita
23.07.07
Tenho impressão de que não vivo neste mundo, de vez em quando. Não percebo demasiados eventos óbvios. Porque é que a Floribela é um super êxito? Quando quero dormir ligo a televisão à hora da Floribela. Se ambas as coisas coincidirem, a minha vontade e a hora da emissão, durmo profundamente. Neste aspecto, a Floribela é um super êxito para mim. Se olho deste ângulo, vejo o smash.
Talvez os êxitos sejam feitos disto mesmo. Dos olhos de muitos colocados em ângulos diferentes. Há ângulos maiores e outros mais pequenos. Falo da capacidade de cada ângulo. Tenho impressão, ainda por causa do êxito da Floribela, que há um lado muito depravado nas crianças. Nos santos populares, vi uma pós-adolescente fisicamente idêntica à Floribela. Por isso vestia-se dentro daquele estilo inenarrável. Esta criatura acreditou demasiado. Parece-me.
Tenho impressão que não vivo neste mundo. Os santos populares também são um êxito. Subir da Baixa pela Sé até à Cerca Moura. Nisto consiste a festa dos santos populares. A parte que é mesmo um êxito, quero dizer. Nunca tinha feito isto na vida. Este ano fui lá. Tive medo da multidão que só estava ali para caminhar em duas direcções. Para cima e para baixo. Quando se sobe, continua-se, apesar do medo. Há o acreditar. O crer que lá em cima se passa alguma coisa muito especial. Mas... não há lá nada. É tão estranho!. Só bêbados. Vómitos. Sardinha assadas já frias. Copos de plástico. Berros de alegria alcoolizada. Banquinhas de música e cerveja. As pessoas não sossegam.