O movimento LGBT! Lésbicas, gays, bissexuais e transgéneros. Todos diferentes todos iguais. Sim. Trata-se de uma sigla de designação cujo escopo é agrupar pessoas em distintivos conjuntos de género, fingindo que não é isso. Pois. Não chega o género biológico – homem ou mulher. É preciso dizer claramente que dentro do universo das pessoas diferentes existem subgrupos altamente diferenciados entre si.
Por exemplo, o que distingue uma lésbica de um homossexual? E porque é que se chama gay a um homossexual, dentro de um contexto destes? As lésbicas e os gays são pessoas com a mesma orientação sexual. Ou seja, desenvolvem as suas relações sexuais-afectivas com pessoas do mesmo sexo. Gay quer dizer alegre, bem disposto, divertido, e por aí. Já uma lésbica é uma disciplinada seguidora da rainha da ilha de Lesbos, Safo. Ora, que em Lesbos as suas naturais fossem todas lésbicas é indiscutível. Mas é tão verdade como o facto de todos os homens de lá serem lésbicos – e toda a gente sabe que por lá os havia, malgrado estar a falar de uma lenda. Como todos os nacionais de Portugal são portugueses. Enfim, porque não incluir já na sigla o P? LGBTP. Lésbicas, gays, bissexuais, transgéneros e portugueses. Quanto aos gays, que, quando não se recorre ao anglicanismo, são simplesmente homossexuais, são sempre alegres (gays). É incompreensível. A menos que os homossexuais homens deprimidos afinal não o sejam realmente. Gays, quero dizer. Enfim, este pode ser um raciocínio que ajude a resolver os problemas interiores de aceitação pessoal de muita gente. Bom, mas então, talvez a sigla LGBT devesse conter uma pequena concretização do género: L(G(se não for deprimido em sentido amplo)BT). Ficamos, pois, com uma coisa semelhante a uma fórmula matemática. E isto, confesso, já me transcende.
Em jeito de resumo parcial, podemos concluir que as lésbicas não são homossexuais e que os homossexuais só o são se forem pessoas bem dispostas, bem como que os portugueses também têm direito a estarem inseridos numa sigla representativa de um movimento sobre direitos dos desfavorecidos da espécie que se entenda.
Sobre os bissexuais. Admitindo obrigatoriamente que parte da sua orientação sexual-afectiva está virada para pessoas do mesmo sexo, é necessário distinguir, para os efeitos do que se disse atrás, se são mulheres ou homens e se, dentro destes últimos, se são pessoas alegres e bem disposta. Por aqui se começa a perceber o quão maiores são as dificuldades dos bissexuais. Mas, mais importante, é a questão de saber o que fazer com o lado heterossexual desta gente. Como é possível introduzir um aspecto adjectivante altamente louvado socialmente com outro que suscita tantas ganas de afirmação contra o preconceito da sociedade? Metidos na sigla LGBT, e dentro do respectivo movimento, os bissexuais são pessoas apenas consideradas pela metade? São perguntas. Só perguntas! Outra pergunta: não seria mais coerente falar apenas de homossexuais ponto? E a sigla poderia ser HT. O que, nos deixaria perante uma coisa semelhante a um símbolo químico. E por aqui eu não vou entrar. Pela química, quero dizer. De qualquer maneira é de acrescentar que, segundo informações cientificas fidedignas, não existem bissexuais, mas homossexuais afectivamente mal resolvidos.
Finalmente os transgéneros ou transexuais. Transgéneros confunde-nos logo com os alimentos transgénicos, que tanta controvérsia têm levantado por virtude do mal que podem fazer à saúde. Bom, mas o que têm a ver os transexuais com os homossexuais se o que se passa com estas pessoas se relaciona com um problema crucial de falta de identidade entre o sexo biológico e o sexo psicológico? Trata-se de uma questão grave, difícil, mas puramente médica, que deve, portanto, ser resolvida pelos médicos. Estas pessoas não são, em princípio, homossexuais. Na realidade, são mesmo, na sua maioria, heterossexuais. Basta observar para concluir assim. Seria muito importante encarar-se esta questão com lucidez, já que a comunidade cientifica é unânime na matéria. As pessoas com um problema de transexualidade deveriam poder mudar de sexo e de identidade naturalmente e com todo o apoio possível do Estado. Tudo o que de contrário se passa é incompreensível, aviltante e desumano. Tentar integrar os transexuais em movimentos e outros âmbito de índole homossexual só contribui para agudizar o problema das pessoas porque, logo à partida, contribui para aprofundar a confusão.
E posto isto a sigla LGBT… Bom, deixa de ser sigla porque só tem uma letra H. Ora H pode significar muitas coisas, como hora H. Ou hidrogénio. Ou homossexual apenas. Homossexual apenas. Nenhum movimento pelos direitos ao que quer que seja que se preze admite ter uma sigla com uma letra apenas. O movimento H. Pois. Deve ser isso.