Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

AMOR


Tita

29.12.12



Neste momento estou com uma angustia. Alguém muito próximo está a sofrer de uma das piores maneiras imagináveis. Buracos na alma. Soube da notícia e agora estou à espera para poder ver a dor olhos nos olhos. Só não compreendo porque fui tomada por uma sensação de euforia. Estou a analisar. Por isso escrevo.  Tenho esperança de conseguir chegar lá e dizer as palavras mágicas para o libertar. Sei que isto tem tudo a ver com o amor. Quando uma pessoa não se ama o suficiente para deixar de se fazer mal é preciso injetar de fora. Talvez a minha euforia seja isso. Carregar as baterias de amor. Para chegar lá e dar com os olhos, a voz, os gestos e as palavras certas. Sim. Por aqui se vê que eu tenho ilusões sobre o amor. Acredito nisso, portanto.


DESILUSÃO


Tita

26.12.12

 

Não sei porque não me esqueço de quando a minha prima me falava dos vídeos. Dos aparelhos. Era com revolta que me explicava as coisas: “Mas porque raio hei-de ter um vídeo se eu não quero um vídeo? Não quero gravar filmes e programas de televisão. Toda a gente tem um vídeo e agora eu também tenho que ter! Isto dá-me uma raiva!”. Na altura ri-me apenas. Mas tive vontade de lhe dizer para não comprar, se era assim que via e sentia as coisas. Só que percebi o dilema. Todos gostamos de nos sentir integrados. Mesmo que não se queira o vídeo. Seja como for, não sou assim tanto como a prima Ana nestas coisas do quero o que não quero.  

 

Mas aqui o que me importa é a criação de necessidades. Foi por isso que nunca me esqueci dela a debater-se com o tema dos vídeos. Irrita-me saber que tenho necessidades incontornáveis que fui eu que inventei. E não estou a falar do Iphone.

DESCULPE O ENGANO


Tita

26.12.12

 

 

 

 

Conheço pessoas que não convivem com o amor. Não têm a namorada ou o namorado para todos os dias. Ou melhor, não têm para dia nenhum. E parece que não estão pior. Embora pareça também que andam à procura da coisa. Não sei se andam. Se não andam tenho inveja. Da autossuficiência.

 

Tenho assim saudades do tempo em que o meu tempo era gasto noutras coisas e o amor era apenas uma ocupação excitante. Queria voltar aos 18 anos e fazer tudo diferente do que fiz se soubesse aquilo que não sabia quando me entreguei sem saber que significado tinham as coisas.

 

PARA MIM O NATAL É...


Tita

21.12.12

Estava a começar a escrever um post sobre o significado do Natal. Escrevi algumas coisinhas. Depois apaguei tudo. Percebi que estava num processo de “autoseca”.  O que significa o Natal para as crianças. O que significa o Natal para os adultos. O que significa o Natal para a classe média. O que significa o Natal para os pobres. O que significa o Natal para os ricos. O que significa o Natal para os apaziguados. O que significa o Natal para os angustiados. O que significa isto? Uma seca. O Natal significa o mesmo para todas as pessoas. Presentes, boa comida e família. Por esta ordem. Não interessa o que cada um vivencía no Natal. Estou a falar do significado. Ponto.

 

Portanto, o Natal interessa a toda a gente. E quem diz que não. Mente. Mesmo que seja sem querer. Ora, eu, como interessada no Natal tal qual toda a gente, não quero falar disso. Só se fosse para escrever um conto de Natal. Aposto que era capaz. Falaria de uma lagarta dentro de uma maçã dentro de uma cozinha. 

 

Estoua preparar-me para começar a ler o “Pulp” do Buckowski. Lembra o Natal porque tem uma capa encarnada com uma pistola preta. Faz lembrar uma daquelas das crianças que queriam ser cowboys. Nunca vejo as armas como armas a sério. E acho que isto não é exatamente um problema.

 

VELHA ILUSÃO


Tita

15.12.12


Confesso que me irrita o convencimento alheio sobre coisas que não são verdade. É claro que se não são verdade as coisas não são exatamente coisas, são outra coisa qualquer. No outro dia estava um gajo que já não vai para novo a dizer que já não tinha tesão por uma mulher muito mais nova com quem andou envolvido por mais de um ano. E assim a coisa tinha que acabar. Estava só a arranjar forma de se livrar dela suavemente.  Estas coisas acontecem e estava tudo bem se não calha ele erguer ligeiramente o nariz e fazer um muito leve sorriso de perfil. Havia ali  uma certa satisfação. Confirmei nos olhos dele que sentia ter ganho um combate qualquer. No caso venceu-a e agora preparava-se para a “matar”. O mais deprimente disto tudo é que estou a falar  de uma prostituta e de um cliente. 

LUZ


Tita

12.12.12

Se existir alguma razão que me faça detestar o inverno é a luz. Não há luz suficiente. Durante o dia. E depois à noite fica de noite muito mais cedo. E a escuridão é maior também. O céu, I mean. É mais escuro. Dá ideia que temos todos que ir para casa depois do trabalho. Como se os sítios estivessem fechados e as luzes apagadas. No inverno parece que só os aquecedores e a televisão é que abrem.

 

Porém, no inverno há muito mais luzes acesas porque é preciso e os lugares estão a abarrotar de gente porque não é muito confortável andar na rua. Sim, é verdade. E depois?

 

DEIXAR ANDAR


Tita

12.12.12

Dói-me a cabeça. Para já é o que me ocorre. Não sei se tome dois Migraleve. Ou se deixe estar a ver se passa. Of course que um médico me disse há anos que uma dor de cabeça nunca passa. Vai é mudando de intensidade. E se for uma enxaqueca, então só tende a piorar. De qualquer modo, não sei. Sei lá se não me dói a cabeça por estar a ficar viciada na codeína dos Migraleve? É isso. Vou esperar a ver se piora.

 

GELADOS E BOLOS II


Tita

08.12.12

 

 

 

Uma pessoa anda para aqui com a cabeça toda queimada e só escreve coisas depressivas e autodepreciativas. É quase uma anedota. Uma miúda gira e inteligente como eu não pode andar a dar estas partes de fraca. Porque, mesmo não querendo, está a mentir por omissão. Afinal de contas tenho blazers de ótimo corte e um SLK preto. Além do mais, tenho cara e corpo para aguentar ambas as coisas. Também tenho quem me ama. Afinal o que é que se passa? Dá ideia de que se gostasse de me levantar cedo para ir trabalhar metade dos meus problemas não existiriam.

 

De qualquer forma, era bom que o gajo que me comprou o jipe mudasse o carro para nome dele. Estou a receber coisas das finanças para pagar o selo. E é chato. Porque agora tenho que fazer aquelas reclamações todas da praxe. E como eu odeio burocracia!  Também, por outro lado, segunda-feira tenho que começar a instruir um processo disciplinar a uma pessoa e participar na regulamentação da LBCP (não posso descodificar). Só chatices. Porque apelam a um senso de responsabilidade elevado. Coisa que eu não tenho assim com grande elevação. Muito menos neste momento da minha história.

 

Numa altura em que a ansiedade me toma porque a infância está a dar cabo de mim, segundo a minha terapeuta, era bom que não me requisitassem para grande coisa. Só isso. Eu agora era mais gelados e bolos.

 

 

NÃO TOPAMOS NADA


Tita

08.12.12

Agora que o meu terapeuta morreu há um ano tenho uma nova terapeuta há um ano. Gosto dela. Funciona. No outro dia dizia-me. “Conseguir trabalhar no meio de uma escalada de ansiedade diz bastante de si”. Parei um segundo e perguntei com alguma expetativa: “Sim? E o que é que diz”? Ela fez por não me fixar, pondo assim um ar casual. “Diz que é uma pessoa forte”.  Os psiquiatras que fazem psicoterapia não dizem estas coisas nas terapias. Mas há momentos em que dizem. Ela achou que naquele momento tinha que ser. E resultou. Agora estou um bocadinho mais convencida disso. É capaz de ser. Talvez seja forte. Fico contente porque isso é uma qualidade. Uma pessoa gosta de saber que tem qualidades.

Tenho impressão que andamos na vida a pensar que os outros são melhores do que nós. Os outros average. Claro que ninguém se sente menos do que um sem abrigo, uma prostituta de rua, um drogado, um alcoólico ou um demente. Para nós os outros nunca estão doentes. Nunca temem nada. Nunca discutem em casa. Nunca se apoquentam.

Esta é a minha cara num dia, há poucos dias,  em que a minha escalada de ansiedade tinha escalado tudo o que havia para escalar e eu já temia rebentar pelas entranhas como pode suceder a quem chegou ao topo do Everest. E veja-se como não se topa nada:

BOLOS E GELADOS


Tita

08.12.12

 

Bolos e gelados era o que eu gostava. Não tinha semanada. Só diária. E só para os dias da semana. Os meus pais não queriam que eu gastasse  tudo de uma vez, correndo o risco de ficar sem lanchar um dia ou mais. Acho eu. Todos os dias comia um bolo a meio damanhã e um gelado a meio da tarde. E nunca variava. Uma bola ou um mil folhas. Um cornetto de chocolate. Tenho impressão que se não fosse tão agitada tinha ficado uma criança obesa. Embora não pensasse nisso. Felizmente não parava.

 

No sábado passado:

 

stats

What I Am

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em destaque no SAPO Blogs
pub