DESILUSÃO
Tita
26.12.12
Não sei porque não me esqueço de quando a minha prima me falava dos vídeos. Dos aparelhos. Era com revolta que me explicava as coisas: “Mas porque raio hei-de ter um vídeo se eu não quero um vídeo? Não quero gravar filmes e programas de televisão. Toda a gente tem um vídeo e agora eu também tenho que ter! Isto dá-me uma raiva!”. Na altura ri-me apenas. Mas tive vontade de lhe dizer para não comprar, se era assim que via e sentia as coisas. Só que percebi o dilema. Todos gostamos de nos sentir integrados. Mesmo que não se queira o vídeo. Seja como for, não sou assim tanto como a prima Ana nestas coisas do quero o que não quero.
Mas aqui o que me importa é a criação de necessidades. Foi por isso que nunca me esqueci dela a debater-se com o tema dos vídeos. Irrita-me saber que tenho necessidades incontornáveis que fui eu que inventei. E não estou a falar do Iphone.