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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

QUERO IR PARA A PRAIA


Tita

09.03.13

 


O tempo tem estado uma merda. Hoje até não choveu daquela forma incessantemente cinzenta e encharcada dos últimos dias. Quando não há muito para dizer, diz-se que se fala do tempo. Não é verdade. Dizer do tempo é dizer alguma coisa. Falar com as pessoas, seja sobre o que for, é importante. Obriga à relação.

 

Estou farta de optar por ficar em casa porque sair é sempre desagradável. Hoje, apesar do sol, estava um vento estupidamente agressivo. E frio. O rio tinha imensa espuma. Havia um barquinho que parecia ir afundar a começar pela proa. Perguntei se a proa era a frente do barco. Faço sempre confusões deste estilo. Era a proa. Metia o nariz na água por causa das ondas. Relativamente pequenas mas incessantes que o abanavam de trás para a frente. O chão mole por  onde ia caminhando o barco era totalmente cinzento. Apesar de não haver nuvens. Não sei porquê.  Doía-me as costas de repente. E quis vir para casa descansar.

 

Tenho vontade de fazer dias de praia. Apanhar com o sol em cheio na cara e cerrar os olhos de impressão do excesso de luz que queima. Quero sentir o sabor do sal na boca. E caminhar cansada sobre a areia húmida da beira mar. 


APATIA


Tita

04.03.13

Alguém me disse que se sentia essencialmente apático. Sem saber explicar muito bem as causas, sendo que tinha razões sólidas e respeitáveis para estar triste e inseguro. As quais me expôs. Pensei que a tristeza e a insegurança tinham outra consequência. A angústia. Neste caso, a angústia no superlativo. Mas não. Neste caso é a apatia. Uma forma de estar quieto e afastado de tudo o que a vida tem para oferecer. As boas e as más ofertas.

 

Com efeito, a apatia é uma defesa do organismo. Um apático está física e mentalmente diminuído. E é por isso que se esconde. A tristeza e a insegurança devem ser de grau muito alto. Para além do superlativo. Senão não tinham causado danos tão elevados. Física e mentalmente diminuído é como se sente o apático que falou comigo sobre o assunto. Estou a sublinhar o estado. Um apático não está indiferente. Só muitíssimo cansado. Tanto, que já não sente a tristeza e muitas inseguranças lhe passam ao lado.

 

Quem está muito próximo do limite do cansaço físico e mental tem que ter cuidado. Tem que ficar apático. Porque, de outro modo, pode ceder. E ceder até pode ser partir para um outro estágio e não retornar. Não estou a falar de morte. Pode ser um esgotamento clínico. Pode ser o buraco. Ou um buraco qualquer. O organismo reconhece um buraco quando o vê ao longe. Por isso pára de caminhar. De ir na sua direção. Pára e fica exatamente onde está. Não muda de rumo. Nem volta para trás. Fica ali. Deitado. À espera. Que as forças retornem aos poucos. Testando devagarinho as pernas, os braços, a capacidade de atenção e a forma de respirar.

 

Acredito que um dia a apatia passa. Porque o descanso, a espera, vai dar frutos. Estou a contar com isso. Alguém me disse que se sentia essencialmente apático. O que eu não consigo acreditar que dure por demasiado tempo. Como se vê pelas razões expostas.

 

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