POSSO FAZER UMA PERGUNTA?
Cat2007
13.11.13
A minha cabeça não para de se encher. São pequenos episódios do dia-a-dia ou pequeninos nadas do quotidiano que não interessam a ninguém. Mas a mim interessam. Fico a pensar nestas coisas. Talvez devesse ocupar-me com leituras técnicas ou livros de arte. Mas não me apetece assim de repente.
Notei que a abordagem dos vendedores de cartões de crédito que estão nos centros comerciais, dos vendedores da revista Cais, dos pedintes e pedinchões em geral é exatamente a mesma.
Ontem no Atrium Saldanha aproximaram-se de mim. Era um vendedor de cartões de crédito. “Boa noite”. Apressei-me a seguir o meu caminho, enquanto ia fazendo que não. Não queria um cartão de crédito. Tenho o meu. “Posso fazer uma pergunta?”. E eu. “Não posso”. Bati no relógio e andei.
Hoje à hora do almoço vem um vendedor da Cais. “Boa tarde.” E mostrou a revista. E eu. “Não, obrigada”. E ele. “Posso fazer uma pergunta? E eu. “Não posso”. E bati no relógio.
No outro dia uma romena que parecia tal e qual uma cigana queria vender-me qualquer coisa. Era uma pedinchona. E eu. “Não”. E ela, posso fazer uma pergunta. E eu. “Sim”. Pediu-me dinheiro para comer. Lixou-me.