TER JOGO DE CINTURA E SAMBAR
Cat2007
09.05.14
Hoje tirei um dia de férias. Estava a precisar mesmo de descansar. Ontem a minha terapeuta explicou-me que sou uma pessoa que tem uma história. Uma história que justifica um nível alto de ansiedade permanente. E depois disse: “A ansiedade cansa muito”. Eu concordei. Sentia o corpo todo partido.
Decidi então fazer duas das coisas de que mais gosto. Primeiro ouvir musica. Depois escrever.
Fui ao youtube e meti a tocar “Um barzinho e um violão” e agora estou já a ouvir “Casa de samba”. Estranhei mas a ansiedade baixou um bom bocado. Estranhei porque não estava à espera. É que era uma coisa que até doía. De qualquer forma não se foi toda embora. É que também tenho as hormonas enlouquecidas porque o período está para aparecer.
Queria escrever sobre o amor que sinto. Mas talvez eu não seja hábil para explicar as minhas emoções fundamentais. Provavelmente não estou habituada. A escrita serve-me essencialmente para arrumar as ideias. Os sentimentos estão arrumados. E são certos. Este blog não foi criado para fazer declarações de amor. Amo. Mas prefiro não confessar isso. É a minha privacidade. E no entanto, é verdade que me exponho aqui demasiado. Portanto, alguma coisa tem que ficar guardada num lugar seguro. Mas se fosse falar de amor, eventualmente diria qualquer coisa sobre o olhar. Toca-me um olhar brilhante e profundo. Mas não vou falar.
Escrevo mas faço muitas pausas. Tomo atenção à música. Olho para as minhas mãos. Andei a fazer testes de inteligência na internet. Todos os resultados revelaram que eu era acima da média. A minha terapeuta disse: “Não me surpreende nada”. Confesso que a mim também não. Sem modéstia. Porque isso não serve para grande coisa. Em termos de felicidade, quero dizer.
Estava a pensar que a musica que está a passar agora não me agrada. É um samba lento pouco criativo. Como é costume nos sambas do Martinho da Vila. Um chato. Felizmente já acabou. Está outro a tocar. De qualquer forma vou passar para um disco do Jorge Aragão. “Da noite pró dia”. É o máximo. Não costumo dizer as coisas assim sem mais. È o máximo. Mas é que já está a tocar e entrou uma alegria brilhante em mim. Só consigo dizer que é o máximo:
Foi Deus quem me mandou seguir teus passos/
Pensando bem a lua tem teus traços/
E o céu desaba em nosso corredor/
Esse é o nosso amor.
Isto é o máximo do ritmo nas palavras. Isto é tesão da vida