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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

ONTEM FUI VIOLADA NA COVA DA MOURA


Tita

27.03.15

Já se sabe que o pessoal não tem muita paciência para ler. A não ser as parangonas do Correio da Manhã. Porque, mesmo os artigos, eu não acredito que leiam. São designadamente muito longos. Uma vez o Gene Hackman, que fazia o papel de senador conservador disse: "As pessoas não acreditam em explicações porque não as lêem. As pessoas só querem saber dos títulos". Portanto, as pessoas fomentam as mentiras e as fofocas. As pessoas têm fé nas mentiras e nas fofocas. As pessoas são, portanto, umas idiotas um bocadinho perigosas. Ao ponto de colocarem em risco o próprio sistema democrático. 

 

Estava a pensar que talvez gostasse que mais pessoas viessem aqui ler as minhas coisas. Mas não é fácil. Isto aqui está cheio de explicações. Mas se eu arranjasse aqui um título... Por exemplo: "Ontem fui violada na Cova da Moura". Ou "As minhas tardes sexuais nos provadores de lojas de roupa". Mesmo sendo mentira e o resto do texto fosse sobre outra coisa qualquer, o sitemeter explodia. Soube disto porque o título "Sexo ao ar livre" com a fotogrfia das minhas pernas nuas deu este tipo de resultado. É claro que o assunto era a D. Fernanda e as suas perninhas de frango. Das minhas experiências sexuais ao ar livre nem uma palavra. Deve ter sido um desatino. Deve ter sido... foi. Tive visitas que não duraram mais de cinco segundos. A maior parte delas. 

 

Mas sem falar em crimes ou sexo, podia muito bem escrever frases inventadas pelos outros para dar sentido à vida. Citava Sarte. Thomas Mann. Pessoa. Nietsche (que é um dos favoritos). Dalai Lama (outro dos adorados). Ou mesmo podia ficar-me pelas frases da Chiado Editora. Não dizia mais nada. Escolhia as frases e reproduzia. É claro que Nietsche enlouqueceu. E o Dalai Lama não diz menos de metade das frases que lhe atribuem. Mas isso são detalhes. 

 

Dá a impressão de que as pessoas querem é ouvir conselhos sem ter que os pedir. Tudo em frases curtas porque não há tempo. Mas se calhar não é isso. Creio, afinal, que quem lê esquece num minuto. O foco está mas é em quem escreve. Em quem reproduz, melhor dizendo. Quem reproduz não tem nada de bom ou útil a dizer (dar) aos outros. Nada de seu, bem entendido. Aqui a ideia é puxar o interesse sobre si próprio. Fazer-se de interessante. E isto resulta. Não. Isto parece que resulta. Porque quem lê é da mesma natureza de quem reproduz. Aliás, quem lê é quem reproduz. E as pessoas topam-se perfeitamente umas às outras. Porque na realidade não são estúpidas. Pelo menos a maior parte.

 

De qualquer modo, estava a pensar no porquê de estar aqui a escrever estas coisas. Afinal o que me interessa que o pessoal seja assim e não aguente os meus textos? Já o disse: tenho paixão em mim para chegar aqui e escrever um post todos os dias. Isto devia bastar-me. E basta. 

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