AS NOSSAS PAIXÕES DO PASSADO
Tita
29.03.15
Vinha aqui falar sobre os amores do passado. Uma vez que parece que está tudo morto. Não falo com uma única pessoa com quem estive. E já vivi com algumas. Coisas tão intensas. E agora parece que não aconteceu nada. Vinha aqui falar sobre isto porque me lembrei do tema. Mas afinal acho que é uma seca. Na verdade, não me interessa nem um bocadinho a vida de toda essa gente. Como também acho que toda essa gente não se interessa pela minha vida.
Com efeito, não foram verdadeiramente histórias de amor. Não foram. Mas foram paixões. Algumas muito fortes. Quando acaba a paixão é tudo terra queimada. E isso não tem importância nenhuma. Pois lá voltamos à estória de que não é possivel comer um bolo sem ao mesmo tempo o perder. Até a recordação dele se apaga rapidamente. Queremos outro quando nos der a vontde de comer. O que fica são processos ou estágios de aprendizagem e de crescimento emocional. É o nosso património. O que fica são as experiencias de desejos satisfeitos. E de outros que não foram. Ficam-nos as nossas boas razões aprendidas para ter terminado casos. Ficam-nos as tampas que levámos com todas as respetivas consequências sobre o nosso ego. Tudo processos vividos no momento. Tudo degraus que subimos. Ficam-nos as experiências. Mas não nos ficam as pessoas. Concordo com isto. Não acho que seja mais uma maldade da vida que é indiferente. As paixões consomem-se, consumindo-nos concomitantemente. No fim não há mais nada a fazer ou a dizer.