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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

OLHEM PARA MIM, GOSTEM DE MIM


Tita

03.04.15

Há uma senhora loura no facebook que somente  partilha as suas próprias fotografias em pose rodeada de sinais exteriores de riqueza. É só isto que ela vai fazer ao FB. Mais nada. E toda a gente vai lá dizer "linda", "fantástica", etc. Sucede que a senhora já não vai para nova. Aparenta ter boa figura. Mas nunca mostrou o corpo em fato de banho por isso não sei como está verdadeiramente. Seja como for, a cara não é bonita e está descaída. É de acrescentar que ela não costuma responder a ninguém. Pergunto-me porque razão vai tanta gente comentar as postagens dela. Aquele tipo de exercício que envergonha. Sim tenho vergonha alheia da mulher. E dos seus comentadores.  Olho para estas coisas e parece-me ver ali falta de amor. Incapacidade de amar. Solidão e vazio, portanto. E é uma vergonha para ela que eu, como os demais, consiga ver todas estas coisas que inspiram pena. 

 

Não são poucas as pessoas que conheço que desejam que os outros gostem mais delas. Mais de que elas alguma vez gostarão dos outros. Eu, como psicoanalizada, sei que estes fenómenos têm a ver com coisas da infância. Coisas que não correram tão bem como era devido. Mas não só. Uma amiga minha dizia que "a culpa é da mãe". Por isso, ela, como mãe, desistiu muito rapidamente de fazer análise. Talvez não precisasse muito. Porque senão tinha ficado. Na verdade, a culpa até pode ser da mãe e do pai e dos fenómenos da nossa infância. Mas há uma grande parte da responsbilidade que é nossa. Da generosidade que não temos. Da nossa fraca capacidade de compreender e perdoar. Do nosso egocentrismo. De todas as nossas características que nos fazem sofrer.

Manoel de Oliveira nunca se interessou pelas pessoas normais que vão ao cinema


Tita

03.04.15

 

Parece que o tempo vai mudar. Dão chuva para a semana. Morreu o Manoel de Oliveira. E eu não sei muito bem o que pensar sobre o assunto. Afinal morreu uma pessoa. Tinha 106 anos de idade, é certo. Se olharmos por aí poderemos dizer que é a lei anti-natural das coisas. Ninguém dura tanto tempo. Mesmo que existam mais uns quantos fenómenos destes pelo mundo. Mas não é possivel ficar indiferente à morte de uma pessoa. Por isso lamento que ele tenha partido.

 

Certa vez olhei para o cartaz  promocional de um filme francês do Manoel de Oliveira. Estava um casal de idosos sentado à mesa de um jantar (presumo eu, que iam ou estavam a jantar). Achei, foi quase uma certeza, vi como que iluminada, que o filme era aquilo. Aquela cena, apenas. Filmada de vários ângulos. Possivelmente sem falas. Uma ou duas lágrimas. Dois ou três sorrisos. Três ou quatro movimentos de mãos. Quatro ou cinco...bocejos do (certamente pouco) público. Realmente não me interessa falar do Manoel de Oliveira enquanto cineasta porque considero que ele também nunca se interessou pelas pessoas normais que vão ao cinema. E, no entanto, o que importa é que ele tenha sido feliz a realizar os seus filmes.

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