ANSIEDADE
Tita
27.04.16
Uma pessoa está cansada. Mas não é do trabalho. Hoje fartei-me de fazer coisas. E sinto-me ótima depois disso. Estou é emocionalmente cansada. Não sei se já disse que sofro de ansiedade crónica. Pois é. Pois sofro. Por isso, de vez em quando, lá vão uns Xanax.
Suspendi a atividade física por um mês. Porque tive coisas para fazer. Quer dizer, deixei o ginásio por um mês. Sem dúvida que isso não foi bom. Retomo na próxima quarta-feira.
Estou cansada por causa das expetativas. Dos projetos que construo e das expetativas que os mesmos trazem coladas a si. De qualquer maneira, não sou capaz de viver sem construir projetos. Tenho que ter sempre novas vias de coisas para fazer. É claro que isto dói sobre a ansiedade.
Dei o título a este post. “Ansiedade”. Agora parece que estou submetida ao tema. Na minha opinião, nunca se deve dar o título primeiro. É uma prisão. Além do mais, não sei se sou capaz de escrever com propriedade sobre a ansiedade. A não ser que estou a escrever a mil por hora. De acordo com o que me vem à cabeça. E o combustível é a ansiedade.
Noto que, enquanto escrevo, ela vai descendo um bocadinho. Mas não me abandonará. O melhor é que sei viver com ela. Há muito tempo que é assim. Em doses controladas, é até uma boa amiga que tenho. Atualmente vivo-a em doses controladas.
O pior é que tenho que deixar de fumar. E isto é mesmo a sério. O médico da garganta é que disse. “Se não há nada de mal agora, vai haver mais tarde. É uma estupidez continuar a fumar”. Eu obedecerei. Só não pude ainda por causa do stress. Dos projetos, portanto. Da ansiedade, portanto. Estou quase a saber se um projeto se conclui. Daqui a quinze dias já sei. Já sei se o stress acaba ou se virá mais. Na verdade, não posso deixar de fumar até esta onda de stress passar.
Claro que isto, até para mim, soa a desculpa. Se uma pessoa quer deixar de fumar, deixa. Não é? Não, não é. Nada disto para mim soa a desculpa. Eu sou ansiosa crónica. Não posso deixar de fumar quando quiser. Posso ir deixando. Até me desabituar. Fazendo um esforço. É o que farei. Até que haja um dia em que passe o dia em que eu só fumei um cigarro. E depois mais dias assim. Até me desinteressar por completo. É assim que eu vou deixar de fumar. E vou conseguir.
Sei estas coisas que disse porque já fui obrigada a largar vícios. E bem piores. Consegui.
De resto, a ansiedade mantém-se. Estou para aqui a terminar de escrever e ela magoa-me só mais um bocadinho. Se eu tomasse qualquer coisa de efeitos rápidos para isso, resolvia isso. Ou isto. Mas não tomo. Vivo muito bem assim.
P.S. O Xanax é retard.