AO NÍVEL DO PÓ DO CHÃO
Tita
25.01.17
Comecei a escrever sobre pessoas que soi-disant se sentem abaixo de cão. Aquelas que adoram quem não gosta delas. E quanto mais mal tratadas são, mais deferentes se tornam. Pessoas que se sentem superiores a quem lhes faz bem. Muito dentro da linha da velha estória: se eu me sinto um esterco, como podes tu não achar que eu sou um esterco? Só se fores um esterco pior do que eu. É isso. És um esterco pior do que eu. Por isso vou tratar-te mal. Conheci muita gente assim. Com a autoestima ao nível do pó do chão.
No entanto, não me apetece desenvolver este assunto. Porque não me identifico. Nós gostamos sempre mais de falar de coisas que compreendemos. É normal. Dá mais conforto. E eu não compreendo pessoas assim. Percebo mas não compreendo. Ou seja, percebo o processo mas não aceito as motivações. Mesmo que as mesmas se fundem em razões ponderosas ligadas a processos de vida mais ou menos miseráveis.
Seja como for, era um assunto. Num dia em que não estou com muito assunto para tratar. Vejo que vem aí chuva outra vez. E que o cinzentismo da atmosfera me afeta para mau e nunca para bom.