CONVENCIDA
Tita
27.02.17
Eu sou uma pessoa que se convence. Por exemplo, estou convencida de que fui passada a ferro no âmbito de uma relação muito importante que tive. A primeira a sério.
Esta expressão (passada a ferro) foi utilizada por um colega (e amigo) da faculdade para se referir ao que se passou comigo. A propósito, este amigo designadamente muito inteligente estava sempre ao pé de mim e fazia-me rir a sério. Assim, apaixonei-me por ele. Porém, não me dei conta disso porque via tudo a preto ou a branco, bem como, naturalmente, estava com a autoestima muito bem estirada por causa do ferro de engomar. Seja como for, no meio da minha confusão, acabei por fazer aqui e ali uma e outra coisa erradas. Ao ponto de que hoje nem amigos somos. O que ainda agora lamento sinceramente.
Bem, mas voltando ao ferro de engomar, é, como disse, certo que uma pessoa o passou em mim, tendo feito um trabalho perfeito, pelo que nem seria necessário dizer que sofri imensamente. Porque nomeadamente o calor em excesso queima em demasia. E a pele não aguenta. Por causa do sistema nervoso (são os nervos que levam a informação ao cérebro que emite o sinal de dor).
Claro que, a partir desta experiência, e após uns tempos na unidade de queimados, prometi a mim mesma que só eu é que passaria a ter direito a usar o ferro de engomar. Assim, resolvi comprar um daqueles pequeninos de viagem que passei a usar na mala para qualquer situação de necessidade. Deste modo, em alguns casos, causei queimaduras de terceiro grau, sendo certo que algumas cicatrizaram mal e ainda se notam. Lamento imenso.