TAROT
Tita
06.02.17
Tenho que dizer que não ligo nenhuma ao que dizem os signos do zodíaco. No entanto, sou como o homem médio. Leio de vez em quando. Uma vez li que os Caranguejos (eu sou Caranguejo) são inconstantes. Que mudam de mood conforme as marés. Eu cá altero o meu estado de espírito quando aparece o sol. Para melhor. As marés não me afetam muito, devo dizer.
Creio que já escrevi aqui que, em tempos, visitei um astrólogo. Para a leitura do Tarot. Creio que qualquer homem médio já fez isto. Se não fez, teria curiosidade em fazer.
Penso que isto de ir a astrólogos só tem sentido se trouxermos de lá boas notícias. Porque as boas expetativas estimulam a crença e o crer contribui para o poder. É inegável que uma pessoa otimista tem mais probabilidades de ter sucesso. Porque o sucesso consiste precisamente nisso: andar bem-disposto numa base de continuidade (o que equivale quase a ser feliz). Assim, é de concluir que os bons astrólogos, aqueles que só dizem coisas boas, contribuem decisivamente para o sucesso dos seus consulentes. E, assim também, as pessoas que conhecem estes astrólogos deverão ir lá muitas vezes. No meu caso, o tipo não era muito animador. Por isso deixei de lá ir.
Certa vez, comprei um baralho de Tarot e um livrinho de instruções, tendo-me dedicado, a partir de então, à prática da leitura da vida dos outros. Como não tinha verdadeiro interesse, não decorava nada do que dizia o livrinho. Assim, fazias as minhas tiradas com a cábula aberta. Ou seja, o livrinho. Não obstante, toda a gente queria uma leitura. E eu fazia, claro. Para já porque animava os serões. A questão é que, não tendo eu adivinhado nada, muita gente me confessou um sem número de coisas que, em minha opinião, não devia.