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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

NECESSIDADE DE APROVAÇÃO


Tita

17.02.17

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Ainda a propósito de autoestima, ontem a terapeuta devolveu-me a pergunta. Bem, na verdade e para ser mais precisa, eu não lhe perguntei nada. Apenas disse que queria medir a dita, avaliar o nível. Então, ela, que raramente responde a perguntas (a menos que sejam absurdos), perguntou-me se eu tinha algumas dificuldades em fazer as coisas do dia-a-dia. Era uma pergunta retórica. Porque ela sabe bem que não me custa nada enfrentar o que é rotineiro e banal (menos levantar cedo). Ao que parece, as pessoas com baixa autoestima não conseguem fazer estas coisas sem experimentarem dificuldades. Ou seja, sem deixarem de sentir alguma angústia ou ansiedade. É o confronto com as expetativas dos outros que as atrapalham. Creio. Se percebi bem.

 

Não sei se a necessidade de aprovação tem alguma coisa a ver com a autoestima. O meu pai, no seu tempo, era um exemplo de inteligência, força e coragem (era mesmo), para além de ser histericamente exigente e placidamente autoritário. Em consequência, sempre me foi importante aferir a sua opinião sobre as coisas que eu fazia. Em princípio, nada era suficientemente bom. E quando se tratava de resultados regulares, tudo era reduzido a menos que medíocre.

 

O ponto é que a necessidade de aprovação, que em mim nasceu e cresceu, viciou-me. E agora faço sempre questão de ser aprovada em tudo pelas pessoas que estejam em posição de aprovar. Claro que não é bem em tudo. Falo de coisas externas fruto da materialização de incumbências que me sejam determinadas. Ou melhor dizendo, falo das coisas que produzo e que se traduzem em certos resultados esperados por alguém. Mas, se calhar, isto não é falta de autoestima por departamentos. Provavelmente, trata-se de egocentrismo. O que se admite.

 

Uma vez referi-me aqui à diferença entre egocentrismo e egoísmo. Recordando, terei dito, muito resumidamente, que os egocêntricos não vêm (ou outros) e que os egoístas não partilham. É possível ser-se uma coisa sem se ser a outra. E é igualmente possível ser ambas.

 

Creio que se não pensasse tanto, perdendo-me em reflexões sobre o eu e acerca do eu em relação com o meio, escaparia facilmente ao rótulo. De egocêntrica. Já egoísta, sou. E isto tem a ver com um outro defeito que é ser quasi-hedonista. Com efeito, não partilho nada do que me dá prazer. E posso estar a falar de chocolate (preto, de preferência), por exemplo.

 

A minha terapeuta referiu-se também às pessoas que têm necessidade de se dizer amadas e muito bem de vida, adiantando que tais pessoas, porque publicitam (mentiras), deverão sentir-se bastante sós. Tenho pena das pessoas que se sentem sós. Mesmo. Não estou a ironizar, armando aqui em parva. Penso que a solidão é própria das pessoas que não se bastam. Que não estão de pazes feitas consigo mesmas. De contrário, encontrariam muito mundo dentro de si.

 

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