RELAÇÕES ESTÁVEIS
Tita
09.03.17
É capaz de ser verdade que a primavera veio para ficar. Com este sol, ando cheia de energia. Num contentamento libertário que me faz abstrair das obrigações profissionais e desejar fugir para a praia do Casablanca para jantar acompanhada ainda de dia. Por isso mesmo, procrastinei. Mas hoje, como já não era possível persistir, deitei mão à obra e fiz um parecer de 16 páginas (60 pontos e 13 conclusões). Acredito que está ótimo. Pronto.
Quando era pequena achava, como é do senso coletivo, que um dia haveria de me casar. Porém, cresci e pus de parte tal ideia. E com essa ideia de parte fui atravessando várias relações. Algumas que hoje representariam divórcios se os respetivos casamentos se tivessem dado. Falo de relações duradouras em que o casal viveu em economia comum. Se a expressão divorciada não significasse a separação entre duas pessoas que se casaram, eu diria que já me divorciei três vezes. Portanto, sintetizando, eu, tendo vivido em condições análogas às dos cônjuges, nunca me casei.
E atualmente acontece-me o mesmo. Vivo em condições análogas às dos cônjuges. Porém, não sou casada. O que, não obstante, pode vir, desta vez, a suceder.
Posto o que fica escrito, quem ler pode achar que eu tenho tendência para estar em relações duradouras. E pensa bem. No entanto, devo dizer, esclarecendo, que as relações longas podem não ser estáveis. A minha primeira relação de viver, por exemplo, era muito instável porque a pessoa bebia e estava sempre a arranjar problemas com toda a gente. As relações instáveis, se duram, são extremamente perniciosas para o nosso bem-estar emocional. Isto pelas razões óbvias, as quais me escuso de estar aqui a enumerar por precisamente serem óbvias. Já a minha relação atual já dura há algum tempo e é estável. O que muda muita coisa em mim.