CANSAÇO
Tita
17.03.17
Este fim-de-semana não estou cá. Vou até Vieira. Parto hoje. A expectativa do verde das folhas e das águas, bem como do oxigénio pesado começou a fazer o seu efeito. O pescoço principia a distender-se. É que sinto aproximar-se a sensação da incontornável leveza do corpo, que sucede quando uma pessoa se vai instalar designadamente no vale da Serra da Cabreira.
A casa fica dentro da vila num plano mais alto do que as outras e pode dizer-se que está só em relação à demais. A densidade da vegetação que a envolve é premente. De manhã vê-se o sol a bater no perfil dos montes a partir das janelas dos quartos.
Esta casa era dos meus avós. Depois passou para a minha mãe e para o meu pai (que eram casados no regime da comunhão geral de bens). E agora é do meu pai e um pouco nossa. Claro que nós dizemos e sentimos que é toda nossa. Porque, de facto, é (juridicamente a expressão de facto quer significar uma situação que se verifica materialmente).
Dou-me assim conta do nível de cansaço que me entabua.