O PRINCÍPIO E O FIM DE UM AFFAIR
Tita
30.03.17
Tive uma espécie de affair que aconteceu há alguns anos. A coisa durou cerca de três meses. Apenas. Depois eu saí para voltar à relação que tinha antes. Para quem eu, na altura, amava.
Volvidos oito anos, a pessoa do affair reapareceu a dizer que não me tinha esquecido. Mostrou-me uma carta de Tarot que era o Mundo. Creio que significava que um dia eu haveria de ser sua. A carta saiu no fim de uma tirada que alguém lhe fez, creio. Tinha-a guardado até ali.
Pela minha parte, e por razões que se prendiam com a total impossibilidade de corresponder à coisa, tive que desaparecer.
Passaram mais três anos e a pessoa voltou à minha vida basicamente para me mostrar a carta do Mundo, que ainda guardava, e pedir-me em casamento.
Considerei aquela uma atitude tão absolutamente deslocada que não tive coragem de oferecer um redondo “Não”. Pus-me a falar. Disse que não tinha maturidade para compromissos de tal monta, blá, blá, blá e ofereci a minha amizade.
Em resposta, quem transportava a carta do Mundo foi para a cama com a pessoa com quem eu vivia. E creio que com isso se curou de mim.
Portanto, eu tinha toda a razão.