O CIÚME
Tita
05.04.17
Queria falar de ciúme através de um poema próprio. O Fado falado, por João Villaret (e por mais ninguém). Eis um excerto:
Viu ele acompanhado/Com outra ao lado, de braço dado/Gingão, feliz, levião/Um ar fadista e bizarro/Um cravo atrás da orelha/E preso à boca vermelha/O que resta de um cigarro/Lume e cinza na viela,/Ela vê, que homem aquele/ O lume no peito dela/A cinza no olhar dele/E o ciume chegou como lume/Queimou, o seu peito a sangrar/Foi como vento que veio/Labareda atear, a fogueira aumentar/ Foi a visão infernal/A imagem do mal que no bairro surgiu/Foi o amor que jurou/Que jurou e mentiu/Correm vertigens num grito/Direito ou maldito que há-de perder/Puxa a navalha, canalha/Não há quem te valha/Tu tens de morrer
É neste tipo de ciúme que eu acredito.