AMBIENTE DE TRABALHO
Tita
18.05.17
É claro que todos nós, se temos saúde, devíamos andar sempre contentes por ter saúde. Mas não. A saúde só está em primeiro lugar nas nossas prioridades quando há falta dela. No mais, existe a vida pessoal e a vida laboral. Acabei de dizer uma frase feita. E feita há muito tempo. É daquelas frases antigas. Do tempo das nossas avós quando já eram avós.
Toda a gente sabe que, se excluirmos as horas em que estamos a dormir, passamos mais tempo a trabalhar do que a viver o que, em princípio, mais nos importa. Coisa que nos devia chatear. E chateia. E só não chateia a quem viva um vazio e o trabalho lhe sirva também para o preencher.
O vazio está cheio de problemas para resolver, como as contas para pagar, os filhos para educar, a mulher ou o homem para aturar (ou a falta de todas estas coisas).
Há vazios de tal maneira grandes que as pessoas até se metem na administração do condomínio ou na astrologia.
Para além de uma certa tristeza, o vazio causa ao próprio principalmente irritação no local de trabalho. Porque o trabalho é coisa muito séria. Que isto não é só ir para ali à espera do ordenado no fim do mês.
As pessoas que se entregam ao trabalho da maneira irritada descrita sabem tudo sobre o respetivo ambiente. Sabem o que existe e sabem o que imaginam. Normalmente arranjam conflitos porque têm que dar forma emocional e emocionante às suas vivências ali. Baseiam-se quase sempre em mal entendidos que começam por conceber. E chateiam sempre os colegas. Também não gostam que os outros sejam bem-sucedidos. Porque consideram que dão tudo da sua vida por aquele trabalho. E se alguém merece ser recompensado, é o frustrado. Assim, revelam-se também invejosos e intriguistas.
Estas pessoas são essencialmente patéticas e basicamente umas chatas. Por isso cansa imenso ter que lidar com elas.