APAGÃO SENTIMENTAL
Tita
24.05.17
Quando há amor, naturalmente, com o correr da vida, fazem-se projetos muito sérios em conjunto. Combinam-se coisas muito importantes para fazer. Acontecem factos decisivos involuntários que afetam as duas pessoas. É no meio de algum destes acontecimentos que pode suceder que os interesses de uma e outra se contraponham. E é aqui que a coisa se pode dar. É aqui que a confiança de uma pessoa pode ficar irremediavelmente abalada. Basta que, na busca da satisfação dos próprios interesses ou necessidades, a outra cometa uma deslealdade.
Ontem fui à praia no fim do dia. Então, na areia e com o mar à frente, corpo relaxado e o cérebro solto, falava-se de “quando uma lâmpada se funde”. Por causa de uma situação que aconteceu.
Toda a gente sabe que quando uma lâmpada se funde, é irreversível. Jamais voltará a dar luz, quero dizer. Há fenómenos que acontecem na nossa vida parecidos com o fim de vida das lâmpadas. Em que o nosso organismo como que se apaga para alguém que nos prendia. E os nossos olhos deixam de brilhar por causa dessa pessoa.
Pode ser um amor de romance. Pode ser um amor de família. Pode ser um amor de amizade. Tem é que ser um amor. Não é qualquer sentimento que possui energia imanente suficiente para provocar um (subsequente) apagão sentimental. Ou seja, um facto que sucede por dentro e é capaz de fazer eclipsar o amor de uma vez e para sempre.
Creio que é pela deslealdade que “uma lâmpada se apaga” no espírito outrora iluminado de alguém.