CIÚMES
Tita
07.06.17
Existe, creio eu, uma certa tendência geral para confundir uma monumental cena de ciúmes com uma poderosa demonstração de amor. A mim as cenas de ciúmes provocam poderosas dores de cabeça e monumentais ataques histéricos. É que o ciúme, só por si, não tem nada a ver com o amor. Desiludam-se os ditos optimistas, os egocêntricos, os chamados crédulos, e todos os demais que, por uma razão ou por outra, gostariam que assim fosse. Só para darem um tiro no próprio pé.
O ciúme em si é uma manifestação de um traço particular da personalidade de uma pessoa. O caprichoso. O caprichoso quer o que quer porque quer. E se não lhe dão o que quer, até é capaz de chorar. O caprichoso decide secretamente sobre os actos que as outras pessoas hão-de ter. Espera, não apenas que se actue em conformidade com os seus desejos, mas inclusivamente, que se adivinhe que desejos são esses. O caprichoso apaixonado é pior do que uma abelha confundida. Mete o ferrão em todo o lado porque acha sempre que são tudo flores. Quem gosta disto devia usar pólen em vez de creme hidratante!