AFINAL QUEM MANDA?
Tita
04.07.17
Quem manda precisa dos seus mandados para sobreviver a mandar. Se deixar de confiar em quem comanda, inevitavelmente acabará a fazer a maior parte das tarefas por si e sozinho. Precisamente porque não confia em ninguém em quem possa delegar. Por causa disto, mais tarde ou mais cedo, perde o mandato, enquanto, por seu lado, os mandados continuarão nos mesmos postos.
Num dos contextos que me envolve está na ordem do dia o tema da intriga. Há um balofo que vai à chefia dizer mal dos colegas. Que se ausentam muito dos gabinetes. Que são ingratos. Que não são dedicados. Etc.. Enfim, que trabalham pouco e têm fraco espírito de missão, não manifestando qualquer motivação em servir o interesse público.
E a chefia, para surpresa de todos os visados (que são todos os outros para além do balofo), dá-lhe confiança. E agora, à conta disso e como era de prever, verifica-se que a mesma chefia, devido à grande quantidade de veneno injetado, já se apresenta com o corpo inchado. Sobretudo os membros. Ora, sabe-se que, quando incham as pernas ou os braços, os movimentos ficam tolhidos. Com os movimentos tolhidos, as pessoas perdem naturalmente a desenvoltura e ganham medo por causa do aumento de probabilidade de desequilíbrio e (consequente) queda. Ao dizer isto, estou como comecei: o mandante corre sérios riscos de perder o mandato.
As chefias precisam mais dos subordinados do que o contrário. Normalmente, o executante está integrado numa estrutura mais sólida ligada ao processo produtivo, que domina. O superior hierárquico tem apenas a sua quota-parte de responsabilidade de orientação desse processo, sendo facilmente substituível porque, na verdade, não produz. Latas de atum ou pareceres jurídicos, por exemplo.
Por fim, acrescento que, à conta da desagregação indicada, resolvi mudar de gabinete. Iniciarei as novas funções no dia 1 de setembro. E estou muito contente e motivada.