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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

AS PAREDES DOS PRÉDIOS EM FRENTE AO MEU


Tita

29.08.17

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Pronto. Regressei de férias. Além de que já estou a trabalhar. O que mais impressão me fez foi as paredes. As paredes dos prédios em frente ao meu do outro lado da rua. Estava já habituada a acordar com um cenário verde e limpo com as montanhas ao fundo.

 

No mais, ainda estou em modo de férias aqui no trabalho. Não me apetece já entrar a fundo nas matérias a tratar porque considero uma alteração violenta para o meu estado mental. Assim, fui fazendo umas coisinhas simples de manhã e agora estou aqui a escrever à hora do almoço. Talvez à tarde possa começar a sério. Já se vê.

 

Noto, como se fosse novidade mas evidentemente não é, que a cidade é demasiado solícita. Há muita coisa para enfrentar, muito sítio para ir e muita gente para atender. É por isso que a minha cabeça se enche de resistências instantaneamente. De súbito, dou por mim indisponível, quando não estava quando estava lá no Minho. Noto isto pelo meu modo de escrever. Os pensamentos já não correm para as mãos. Agora só andam e param de vez em quando. E, quando param, fico sem saber muito bem o que dizer. Contraditoriamente, parece que a cidade não tem assunto.

 

Claro que tudo isto reflete as primeiras impressões de quem regressa a um cenário conhecido de ginjeira.

O AMOR-MIRAGEM


Tita

26.08.17

 

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A maior parte das canções trata de amor. Porém, de desencontros amorosos, amores platónicos ou de relações que acabaram. Enfim, de solidão. Nada de amores felizes. E, quando as relações dão certo, há sempre dor.

 

Talvez seja porque os seus autores nunca tenham atinado afetivamente com ninguém em termos tendencialmente perenes. Ou então é porque falam da vida dos públicos alvo. É verdade, que independentemente da idade, as pessoas, na sua maioria e salvo honrosas exceções, não estão amorosamente bem resolvidas, o que dá origem à situação de o amor-miragem não ter banda sonora.

 

Nas aldeias e nas vilas dá ideia que as pessoas se casam por falta de opção ou então em virtude de determinadas conveniências. Nas cidades há designadamente o problema das escolhas múltiplas e nomeadamente o do desligamento interpessoal. Portanto, em qualquer dos casos, não é fácil encontrar aquela pessoa. E, depois, quando as pessoas se juntam, acabam por ficar assim por hábito e interesse ou então divorciam-se.

 

Bem sei que, em face do que acabei de escrever, pareço uma jovem de pensamentos simples a falar. No entanto, é claro que admito que existe o amor-miragem. A questão é que nota-se na cara das pessoas que não estão felizes, pelo que dá a impressão de que não são as felizes contempladas.

 

O amor-miragem é aquele a que todo o ser humano aspira: o do “e viveram felizes para sempre” só um para o outro sem palitos e sempre em estado de paixão embora não de montanha-russa porque ninguém aguenta nem a vida permite. É de acrescentar que no amor-miragem as pessoas envolvidas se divertem bastante uma com a outra.

 

E agora que disse isto tenho que levantar a possibilidade de a Disney – Pixar ter encontrado e projetado uma música para estes casos. Ou mais de uma, dada a quantidade de filmes de príncipes e princesas. Seja como for, e ainda assim, creio que não chegam para fazer a banda sonora de uma vida a dois (ou a duas).

 

A propósito, pergunto-me: o Shrek tem alguma canção de amor-miragem? Não me lembro. Só sei que. no conjunto de todos os filmes, ele e Fiona vivem de facto um amor-miragem. Mas, também, o Shrek é um filme pedagógico. E se há pedagogia é certo que há algo para ensinar. E se há algo para ensinar é porque há quem tenha que aprender. O público. E veja-se a quantidade de público. Admire-se o sucesso.  

 

 

TENHO AS FÉRIAS A ACABAR


Tita

25.08.17

 

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Guimarães

 

Hoje fui a Guimarães às compras. Não se compara com Braga. É muito mais bonito, oxigenado, verde, típico e organizado. Ora, Braga. Ora, Braga é uma cidade que desapareceu nas bermas das infinitas autoestradas e vias rápidas que cortam a cidade em pedaços. Já não sei ir para o centro e para aquele café cujo nome não me lembro mas que é um dos mais charmosos que já vi. No entanto, hoje, no cabeleireiro aqui de Vieira foi-me dito que Braga continua a ser uma cidade muito bonita. Concluo então que o problema é meu. Não me entendo nos caminhos e não consigo já chegar lá. À beleza. De qualquer forma, é verdade que também não faço muita questão. Com efeito, prefiro os cenários naturais do Minho.

 

Ainda no cabeleireiro fui informada que os lisboetas estão oficialmente loucos. Não falam com os outros (nem uns com os outros) e andam como os robôs, além de que, quando não andam, estão sempre dentro dos carros parados no trânsito. Por isso a cabeleireira, que está farta da pasmaceira de Vieira, não seria capaz de viver em Lisboa, que não é por isso que deixa de ser bonita.

 

Eu cá nasci em Lisboa e não seria capaz de viver noutro sítio. Mas é verdade que tenho necessidade de vir algumas vezes por ano para a “pasmaceira de Vieira” para evitar problemas capilares, por exemplo. A propósito, ela disse-me que eu tenho um bom cabelo. Já sabia, by the way. Mas agradeci.

 

A cabeleireira tem um casamento amanhã em que é madrinha. Vai com um vestido lilás até aos pés e um bolero dourado. Muito à lisboeta, disse-lhe que certamente iria linda, apesar do mau feeling que me causou tal descrição. Para mim, ninguém fica bem num vestido lilás. Mas isso é para mim. Os amigos dela acham que, de todos os vestidos que ela experimentou, aquele era o mais “tcham”. Não duvido. Não vi o vestido e, só de ouvir dizer, já o acho muito “tcham”. Agora, e por outro lado, é preciso dizer que a senhora tem mais de cinquenta anos e apresenta-se com um incrível corpo de teenager.

 

Por falar nisso, tenho visto muitas mulheres bonitas por aqui. São sobretudo bastante altas e têm bons ombros. Tanto que a cintura é demarcada a partir das costas e não das ancas. Isto torna-as especialmente elegantes.

 

A questão é que tenho as férias a acabar. Não obstante, e um tanto estranhamente, os níveis ainda não começaram a subir. Da ansiedade que antecipa o stress. Talvez porque finalmente percebi que não vale a pena antecipar problemas.

 

FLAUTA DE PAN


Tita

23.08.17

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Antes, quando era só uma criança, gostava de música para me distrair. Como não tinha direito a comprar a minha própria eleita a partir da rádio, estava sujeita esta. Ao que esta passava. Costumava sintonizar a Radio Comercial e, naquele estado de sujeição, deixava-me entreter pelos sons que iam sendo emitidos. Porém, havia uns cantores na minha infância que me irritavam muitíssimo por isso ficava muito aliviada quando vinha a notícia de que um ou outro tinha morrido.  Mesmo sabendo que durante uma semana (mais ou menos) haveria de dar toda a discografia respetiva.

 

Por outro lado, a música é importantíssima para os adolescentes. A música mainstream, está claro. E dentro da mainstream, alguns gostam de escolher umas que não ficam logo no ouvido que é para imaginarem (e também para provarem aos seus pares) que gostam de música de qualidade.

 

Os teenagers começam a sê-lo aos treze anos (quando a idade começa a ser designada precisamente com teen no fim), acho eu. Isto se me lembro de mim. Com efeito, foi aos treze que comecei a dedicar-me à música com a religiosidade típica. Mas não gostava nada de música de qualidade nos termos expostos. Queria coisas de fácil ingestão que, como é evidente, não fossem “pimba”. Como se sabe a imagem e a linguagem “pimba” são ofensivas para os teenagers. E, na verdade, eu tinha muito mais tiques de integrada do que do contrário. O que é normal. Por exemplo, amava os meus amigos e odiava os meus pais, além de que andava sempre de calças de ganga.

 

Hoje sou tranquila. Gosto de todo o tipo de música. Menos aquela que é tocada com flauta de pan, que me enerva especialmente.

SUBIR O GERÊS


Tita

22.08.17

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Há quem viva com medo. Medos, melhor dizendo. Conheci uma pessoa que tinha terror de baratas. Hoje lembrei-me de cobras. Do medo que tenho de cobras. Tenho tanto medo de cobras que, só para me castigar, sempre que ia ao zoo, visitava demoradamente o reptilário. A sensação vinha na forma de um tremor ligeiro nos membros e um friozinho na barriga.

 

Ontem subi o Gerês. Não deixa de ser um bocadinho assustador. Uma pessoa vai galgando aquelas curvas e parece que está a ser engolida por aquela densa vegetação. A certa altura a impressão é de que estamos irremediavelmente longe e tudo. A sorte é que há sempre gente a passar para nos lembrar que não. Procurei a cascata que tem um nome assinalado. Lá chegada a cascata estava seca. Não fiquei desiludida. De qualquer forma não iria nadar. Estava muita gente lá no topo. E eu, que tenho medo de cobras, prefiro não estar ao pé das pessoas se são muitas. Aquela energia de peregrino motorizado das pessoas irrita-me. Além disso, esta gente adora estar junta. Não se conhecem mas querem estar uns em cima dos outros. Fizeram-se poças na cascata seca. E lá estavam eles amontoados, ignorando-se, incomodando-se  em volta delas e em cima das pedras. Também havia comida. As pessoas comiam despudoradamente.

 

No outro dia fui a uma piscina natural. Não estava ninguém para além de nós. Mas depois apareceu um treinador de cães pastores num jipe. Eram pastores alemães. O meu cão ficou irritadíssimo. O que é sempre uma maçada. Ele acredita que pode matar qualquer cão, albergando no peito esse desejo intimo e permanente. Depois o homem lá se foi embora. Se não fosse, não tinha ido à água. Ele meteu lá um cão enorme. Tipo isto aqui é tudo nosso. Depois de ele sair, a água estava um gelo. Sei porque fui mesmo lá para dentro. Só consegui dar dois mergulhos e não consegui evitar os respetivos gritos de dor quando vinha à tona.

 

Voltando ao assunto de Gerês, afirmo que não vale a pena andar lá de cavalo. Vê-se o mesmo que de carro e anda-se exatamente pelo mesmo sitio. A estrada encurvada. Também, aquilo é só escarpas e precipícios. Uma pessoa não se pode aventurar muito. Lembrei-me de que podem haver cobras no Gerês. É muito natural. Pensei que não gostaria nada de ter um encontro desses. Tenho medo de ser mordida e que a cobra, além do mais, se enrole nas minhas pernas.

 

Face a tudo isto é verdade que podia ter tido um ataque de agorafobia. Um a coisa que sucede quando a natureza é forte e a vida parece que, contraditoriamente, anda escondida. Mas não. Adorei ter subido o Gerês.

 

A MÚSICA CERTA


Tita

21.08.17

 

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Há uns tempos que não venho aqui escrever. Antes das férias estava bastante ocupada. Agora nas férias estou de férias, tendo pouca disponibilidade para aturar o computador. Porém, a vida das crianças já me incomoda um pouco. Não estou nessa onda de pensamento.

 

Agora tenho pensado na empatia. Basicamente, a empatia consiste em imaginar que se calça os sapatos de outra pessoa para assim ver melhor o mundo dela. Tomei decisões nestas férias. Fazer um esforço para ser mais empática. Na verdade, só para ser o que sou sem receios.

 

Tenho estado a ouvir músicas de que nem me lembrava. Coisas de quando tinha 16 anos e depois 18.  Isto levou-me naturalmente a esse passado e à minha própria natureza. Quando parece que já nos esquecemos de quem realmente somos é importante marcar encontros connosco. Há coisas que parece que já não são mas que afinal estiveram sempre dentro de nós durante o tempo que passou. É importante meter umas músicas a rodar, de facto. A música é uma espécie de máquina do tempo. É sempre possível voltar lá se temos a música certa.

 

Uma das coisas que mais gosto em mim quando era adolescente é a confiança. Tinha o bom hábito de confiar em mim e nos outros. Uma coisa está ligada à outra. Esta de confiar e da autoconfiança. E tudo isto tem também a ver com o amor próprio.

 

E eu gosto de mim porque me considero muito justamente uma boa pessoa.

 

A VIDA DAS CRIANÇAS


Tita

10.08.17

 
 
 
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Todos nós vivenciámos experiências traumáticas na infância. É assim por definição. Mesmo os que de nós foram melhor protegidos e mais bem tratados. Sofrer pelo susto e pelo medo são elementos integrantes do conceito de vida infantil.

 

É fácil de compreender. Quem não tiver filhos pode sempre observar os filhos dos outros. Verificar a inocência e a dependência pela extrema fragilidade, que é absoluta. A calma, tranquilidade e a segurança das crianças, a sua lucidez particular, a sua felicidade, mesmo quando não têm muitas razões para a ter, existem naturalmente. Neste caso, é como se pudessem encontrar  a sua alegria em pedaços espalhada por labirintos. E encontram sempre. Um bocadinho aqui. Um bocadinho ali.

 
Mas os pais. As suas acções e reacções. Grande parte dos problemas infantis nascem, crescem e agudizam-se por culpa exclusiva dos pais. A agressão, o abandono, a displicência, a ignorância e, em suma, a incapacidade de saber amar. A incapacida de saber amar é muito importante aqui para o caso. Resulta inclusivamente, ou também, do excesso de amor (melhor, do excesso de zelo).
  
Ser mãe ou pai será a maior responsabilidade de um ser humano. E, eventualmente, ninguém pensa nisto com a devida seriedade. Ponho-me a pensar nas normas sobre o contrato de casamento. A união entre duas pessoas com vista a uma série de coisas, sendo a principal destas constituir família. Ou seja, e ainda que assim não seja, ter filhos. Procriar.
 
É muito católico isto. E se é católico é para ser bom, de acordo com as convicções católicas sobre o bem. É, de resto, igualmente, algo muito selvagem porque essencialmente instintivo. Podemos afirmar, até, que o espírito católico anda ligado à selvajaria, uma vez que a maior parte das suas regras têm raiz na organização dos indivíduos segundo o império das normas dos instintos primários. Desejo sexual, ordem natural e domínio.
  
Portanto, um casal sem filhos não o é verdadeiramente, segundo a bondade das convicções católicas. Por outro lado, é muito pouco católico não ter meios para alimentar, vestir e mandar as crianças para a escola. Embora subsista, sempre e em qualquer caso, a obrigação de procriar. Deus se encarregará de tudo aquilo que a incompetência ou a indignidade cristã dos pais não possa, mas deva. Digo que é muito pouco católico porque os católicos só toleram a pobreza nos monges.
 
Como em quase tudo, lucidez, generosidade, equilíbrio, e sorte são as palavras-chave.
  
Lucidez porque não basta a grande ajuda dada pelo instintivo amor mãe-filho/pai-filho. Na maior parte dos casos, é um amor sem reservas. Mas, também, na maior parte das situações, é um sentimento desordenado. O instinto de preservação da espécie que nos leva a desejar procriar. Se, por um lado, impulsiona o afecto visceral pela cria, por outro, tende a confundir a imaginação, provocando delírios de identidade espiritual com a pequena criatura. E culmina em projecções do ego dos pais sobre a identidade dos filhos. Dentro deste circunstancialismo, em princípio, o amor paternal desconhece o sentido da palavra liberdade. A lucidez está em admitir que ali está uma pessoa. Mesmo que seja uma pessoa muito pequenina, que não ande, não fale e não se saiba alimentar. Que não merece, por isso, muito respeito.
 
Mas pior do que isto, e trato agora da generosidade, é, ainda, o efeito tapa-buracos dos afectos. Buracos nos espíritos paternos e o amor pelos filhos a funcionar como uma espécie de massa de cimento milagrosa do espírito emocionalmente coxo dos pais. E aqui entra a generosidade que muitas pessoas não têm. Sobretudo as emocionalmente torcidas. Enfim, mas emocionalmente torcidos somos todos nós, porém, sem dúvida uns mais do que outros. Outros que vêm nos filhos o reflexo do seu ego ou/e os que os  confudem com estradas ou caminhos por onde pensam que corre o sentido da sua própria vida, que há muito não tem sentido próprio nenhum.
 
Em termos práticos, e quanto a este assunto, o equilíbrio é quase o mesmo que a generosidade. Aceitar o outro. Mesmo que o outro seja um filho. É tremendamente difícil por causa da identidade genética, do poder e do ego. É uma prova tremenda e um passo crucial no processo de crescimento de cada ser humano. Daí que a decisão de procriar tenha de ser uma decisão. Não uma obrigação. Não uma decorrência natural. Quem não pode, não tem. Até poder. Se puder. Equilíbrio.
 
 Há crianças que são agredidas. Há crianças que são violadas. Há crianças que são assassinadas. Há crianças que passam fome. Há crianças que estão sós. Há crianças que têm medo. Há crianças que choram. Há crianças felizes. Todas as crianças não percebem. Nada disto. Cada criança tem um mundo particular de alegrias, terrores, fome e sono onde o meio termo parece não existir. E as emoções alternam-se ciclicamente. Há crianças com sorte. Há crianças sem sorte nenhuma. Há crianças. Todas as crianças somos nós.
 

AUTOCENTRADA


Tita

07.08.17

 
 

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Gostava de dizer para aqui umas coisas com caráter de novidade. Mas ando pouco reflexiva. Ou melhor ando pouco reflexiva em termos gerais. Reflito mais sobre os problemas que me vão afetando nos dias que se vão sobrepondo uns aos outros na minha rotineira atualidade. Mas era bom que não fosse assim. Sempre fui muito mais de pensar sobre as coisas em abstrato, abstraindo-me da minha pessoa. Espero voltar em breve.

SOBRE O AMOR


Tita

02.08.17

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O amor não é eterno. Porém confere uma sensação extraordinária de eternidade. O amor tem um termo final aposto no compromisso assumido para sempre. Não é eterno, mas é exclusivo. Estou a falar daquele que é especial. Que agita as hormonas. Que remexe as ideias. Que inventa projectos. Que nos transforma o espírito no sentido do optimismo. Que nos perfura a alma todos os dias mais um bocadinho com o objectivo de chegar ao âmago da nossa própria vida. Que rejeita a pele e o cheiro de outra pele que não tenha senão aquele cheiro. Este amor, sim, este amor é exclusivo por imposição, independentemente da vontade. Há entrega porque se está definitivamente entregue a algo para que se foi voluntariamente, mas já não se fica nessa condição.

 

UM APÁTICO NÃO ESTÁ INDIFERENTE


Tita

01.08.17

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Sei de alguém que se sente essencialmente apático. Sei sem ser preciso que ele explique bem as causas. Conheço-as. Sei que tem razões sólidas e respeitáveis para estar triste e inseguro. As quais me expôs só de olhar para mim. Pensei que a tristeza e a insegurança tinham outra consequência. A angústia. Neste caso, a angústia no superlativo. Mas não. Neste caso é a apatia. Uma forma de estar quieto e afastado de tudo o que a vida tem para oferecer. As boas e as más ofertas.

 

Com efeito, a apatia é uma defesa do organismo. Um apático está física e mentalmente diminuído. E é por isso que se esconde. A tristeza e a insegurança devem ser de grau muito alto. Para além do superlativo. Senão não tinham causado danos tão elevados. Física e mentalmente diminuído é como se sente o apático de quem Estou a sublinhar o estado. Um apático não está indiferente. Só muitíssimo cansado. Tanto, que já não sente a tristeza e muitas inseguranças lhe passam ao lado.

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