FLAUTA DE PAN
Tita
23.08.17
Antes, quando era só uma criança, gostava de música para me distrair. Como não tinha direito a comprar a minha própria eleita a partir da rádio, estava sujeita esta. Ao que esta passava. Costumava sintonizar a Radio Comercial e, naquele estado de sujeição, deixava-me entreter pelos sons que iam sendo emitidos. Porém, havia uns cantores na minha infância que me irritavam muitíssimo por isso ficava muito aliviada quando vinha a notícia de que um ou outro tinha morrido. Mesmo sabendo que durante uma semana (mais ou menos) haveria de dar toda a discografia respetiva.
Por outro lado, a música é importantíssima para os adolescentes. A música mainstream, está claro. E dentro da mainstream, alguns gostam de escolher umas que não ficam logo no ouvido que é para imaginarem (e também para provarem aos seus pares) que gostam de música de qualidade.
Os teenagers começam a sê-lo aos treze anos (quando a idade começa a ser designada precisamente com teen no fim), acho eu. Isto se me lembro de mim. Com efeito, foi aos treze que comecei a dedicar-me à música com a religiosidade típica. Mas não gostava nada de música de qualidade nos termos expostos. Queria coisas de fácil ingestão que, como é evidente, não fossem “pimba”. Como se sabe a imagem e a linguagem “pimba” são ofensivas para os teenagers. E, na verdade, eu tinha muito mais tiques de integrada do que do contrário. O que é normal. Por exemplo, amava os meus amigos e odiava os meus pais, além de que andava sempre de calças de ganga.
Hoje sou tranquila. Gosto de todo o tipo de música. Menos aquela que é tocada com flauta de pan, que me enerva especialmente.