ENTENDER A PAIXÃO
Tita
23.10.17
O amor é o sentimento mais profundo que envolve as pessoas. Em princípio é recíproco ou partilhado. Não. Não é em princípio. É sempre recíproco ou partilhado.
O amor é aquilo que sentimos pelas pessoas que nos são estruturais. Pela família, claro. Também por um ou dois amigos, certamente. Mas por alguém que não é da família nem dos amigos, sem dúvida.
É deste último tipo que quero falar. Que todos queremos falar. Chamo-lhe tipo especial. Porque em princípio este é dos tipos o único que não nos acontece pelos laços de sangue ou pela convivência. Pacificamente.
Antes pelo contrário, por este tipo é preciso procurar e lutar. E, ainda assim, ele não aparece quando se procura e morre sempre quando há luta.
Fazemos amor sem saber o que é o amor. Só sabemos do desejo. E daquele extraordinário tipo de empatia que vem do desejo e que se chama paixão. Através da paixão estabelece-se uma convivência próxima muito pouco pacífica mas incontornável e feliz.
Porém, um dia a paixão acaba e as pessoas ainda estão a conviver. Mas já não será por muito tempo. É um acordar doloroso. Neste caso, quem aguardava o tipo especial enganou-se. E é capaz de sofrer um bocado. Quem não o esperava fica bem assim ou no vazio identificado com a ausência de dor. Sempre que a paixão morre o amor não aconteceu. Por isso o que é preciso é entender a paixão.