VIDA EM MIM
Tita
18.10.18
Despedi-me do meu pai um modo solene mas muito discreto (que é como eu gosto e sei fazer as coisas). Disse Adeus, pois. E conclui que dizer adeus é para estes momentos. É para quando já não nos vamos ver mais com os olhos.
Assim, talvez seja melhor não dizer adeus aos vivos. Eu, pelo menos, estou agora a concluir deste modo, crendo que é sempre bom saudar nas despedidas com um até breve.
O post que escrevi sobre o meu pai e a sua morte apagou-se acidentalmente. Quer dizer, eu apaguei sem querer. E, tendo sido sem querer, pareceu-me, no entanto, uma coisa com muito sentido. Não era homem para gostar disso. Homenagens na WWW. Também aqui eu deveria ter sido discreta.
Enfim, estou calma. Era para dizer isto que vinha aqui. Assim fiz. Ou melhor, estou a fazer. Antes de acontecer, não pensei que fosse decorrer assim. O processo. A tristeza natural e uma calma olímpica. Nada de ansiedades ou outros receios. Apenas a calma que provém da consciência profunda de ser adulta e de já saber tomar conta de mim. Tudo o mais é o amor que perdura e faz naturalmente com que ele, o meu pai, permaneça vivo em mim.