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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

POR IMPOSIÇÃO DO MEIO E EM VIRTUDE DA CRENÇA


Tita

29.03.19

Resultado de imagem para mentiroso compulsivo

 

Em tempos conheci uma pessoa que nem uma maçã acabada de comer era capaz de confessar. Dizia, antes, que tinha sido uma pera. Na verdade, por força de um vicio que a dada altura da vida se instalou, esta pessoa estava sempre a mentir. Mas isso era porque, ab initio, tinha os clássicos problemas de afeto. Digo que são clássicos porque há imensa gente com este handicap - com a desvantagem relativa de desejar mostrar-se pelo que possui quando, na verdade, não tem muito material de seu, sendo obrigada a dizer que tem muitíssimo mais. Lembro-me que a estória favorita desta pessoa passava por uma viagem, de ida-e-volta no mesmo dia, ao Algarve em cima de uma moto de grande cilindrada que não existia na sua disponibilidade.

 

Atualmente sei de outras pessoas que também estão sempre a mentir. Gente que, movimentando-se confortavelmente num meio físico e social que confere a quem o habita uma sensação de não-pertença, abdicou da sua autenticidade para nele poder entrar e viver. Assim, como disse, tais pessoas mentem. Porque, logicamente, a mentira, por imposição do meio e por virtude da crença, passou a constituir um elemento estrutural das respetivas personalidades.

 

A RAIZ DO AMOR-PRÓPRIO


Tita

12.03.19

Resultado de imagem para amor-próprio

 

As formas que temos de gostar são naturalmente diversificadas em função da importância que atribuímos às características e ao lugar que as pessoas-objeto ocupam na nossa vida por causa dessas características. A questão (dos afetos) é, assim, de posicionamento subjetivo.

 

No amor-próprio também é do mesmo modo. Gostamos mais ou menos de nós de acordo com o que disse atrás: as características valorizadas e o lugar relativo (importância) que, por causa delas, nos concedemos, embora seja verdade, e evidente, que uma pessoa não gosta de si própria da mesma forma ou maneira que gosta dos outros de quem gosta.

 

Então o que é self esteem? Naturalmente, já me perguntaram se gosto de mim própria. Também já me questionei sobre isso. Não é fácil responder.

 

Eu, já com uma larga consciência sobre o que não me qualifica, eu sei que, em abstrato ou em concreto, não gostava de ser outra pessoa. Outro corpo. Outra cara. Outra conversa. Outro coração.

 

É, porém, verdade que me faço sofrer. Com as minhas exigências que causam ansiedades. E também me desiludo. Comigo. Pelo que não sou capaz e achava que era. Só que isto não é razão para não gostar. De mim, claro. Os afetos puros são energias perfeitas sobre realidades imperfeitas.

 

Por outro lado, creio que não preciso de razões para gostar de mim. Na verdade, com a mesma naturalidade do respirar, foi crescendo em mim um afeto característico por mim. Já que, como ninguém, sou eu quem me acompanha sempre.

 

Creio, em suma, que é na realidade desta solidão essencial a todo o ser humano, a qual deve ser reconhecida e bem aceite por cada um, que se encontra a raiz do amor-próprio.

 

A PARTE DE FORA


Tita

06.03.19

 

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Diariamente temos a cabeça cheia de pequenas metas. Coisas para fazer. A toda a hora. Por causa disto não conseguimos parar. Mesmo havendo tempo para pausas ou tempo de pausas. Note-se que, até nos almoços de dia de semana entre pessoas que se estimam, não é fácil sair desta espécie de carrocel desanimado.

 

É esta impossibilidade de estar calmo que nos impele a passar pelas pessoas, cumprimentando sem parar. Mesmo quando há tempo de relógio para um “dedo de conversa”, a verdade é que se gasta o tempo a falar sobretudo da parte de fora das coisas e das pessoas.

 

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