A RAIZ DO AMOR-PRÓPRIO
Tita
12.03.19
As formas que temos de gostar são naturalmente diversificadas em função da importância que atribuímos às características e ao lugar que as pessoas-objeto ocupam na nossa vida por causa dessas características. A questão (dos afetos) é, assim, de posicionamento subjetivo.
No amor-próprio também é do mesmo modo. Gostamos mais ou menos de nós de acordo com o que disse atrás: as características valorizadas e o lugar relativo (importância) que, por causa delas, nos concedemos, embora seja verdade, e evidente, que uma pessoa não gosta de si própria da mesma forma ou maneira que gosta dos outros de quem gosta.
Então o que é self esteem? Naturalmente, já me perguntaram se gosto de mim própria. Também já me questionei sobre isso. Não é fácil responder.
Eu, já com uma larga consciência sobre o que não me qualifica, eu sei que, em abstrato ou em concreto, não gostava de ser outra pessoa. Outro corpo. Outra cara. Outra conversa. Outro coração.
É, porém, verdade que me faço sofrer. Com as minhas exigências que causam ansiedades. E também me desiludo. Comigo. Pelo que não sou capaz e achava que era. Só que isto não é razão para não gostar. De mim, claro. Os afetos puros são energias perfeitas sobre realidades imperfeitas.
Por outro lado, creio que não preciso de razões para gostar de mim. Na verdade, com a mesma naturalidade do respirar, foi crescendo em mim um afeto característico por mim. Já que, como ninguém, sou eu quem me acompanha sempre.
Creio, em suma, que é na realidade desta solidão essencial a todo o ser humano, a qual deve ser reconhecida e bem aceite por cada um, que se encontra a raiz do amor-próprio.