FOBIAS
Tita
23.05.19
Quando eu era pequena a minha mãe tinha o hábito de contar a toda a gente que eu não queria tomar banho. Tratava-se do seu modo particular de pedir auxílio em vão.
Eu gritava na banheira. Havia necessidade de dois adultos para a tarefa. E o chão ficava totalmente alagado. Entretanto, a paciência esgotava-se e, portanto, havia dias (felizes) em que me deixavam em paz. A sensação da água a correr sobre a cabeça causava-me ansiedade e falta de ar.
Conheço uma pessoa que tem terror de baratas. Mas não pensa nelas muitas vezes. Apenas entra em pânico quando as vê. A isto eu chamo uma fobia bem colocada. O medo surge, e somente surge, em face do objeto ou da situação objeto.
Enfim, vou a Itália e o avião, embora da TAP, é pequeno. Claro que já fui a Barcelona, embora na TAP, e o avião ainda era mais pequeno. E fui e vim. Tão confortável, que até dormi. Acresce que, no outro dia, atravessei um túnel já grandinho e nada me sucedeu lá dentro. Aos nervos, quero dizer. Porém, senti ansiedade e falta de ar antes de lá entrar. Devo ter, então, uma clautrofobia em perspetiva.