MUNDO DE AVENTURAS
Cat2007
28.05.19
Desde pequena que leio muito. Muitos livros. No início todos os que me apareciam à frente. Hoje em dia, escolho. Mas, como ia dizendo, lia muito em pequena. Por isso, logo cedo, li todos os livros do meu pai. Além daqueles que também ia buscar à biblioteca perto de casa.
O primeiro impulso foi a curiosidade. Porém, o segundo estímulo veio do meu irmão mais velho (2 anos mais), que lia muito mais do que eu, diga-se. Assim, estava sempre a desafiar-me para mais uma leitura. E passou a ser ele quem me apresentava aos títulos.
Bem, para dizer verdade, não li todos os livros do meu pai. É que havia a coleção do Aquilino Ribeiro. Tentei. Abri um e a linguagem fechada, agreste, teve em mim um impacto semelhante ao de um pontapé no traseiro. Senti-me, assim, expulsa daquele mundo particular.
Porém, o meu irmão não. O meu irmão lia aquilo e vibrava. Quantas vezes o vi a sorrir e mesmo a rir no âmbito daquelas leituras. Depois vinha contar-me as estórias que por ali encontrava. Que me admiravam muito. Quer me fascinavam, quero dizer. E lá ia eu tentar de novo. Ele disse-me que “Quando os lobos uivam” era talvez o melhor. Tentei de novo. E não fui, mais uma vez, capaz.
A questão é que aquilo estava demasiado longe da minha zona de conforto literária. Eu, como na prosa e na poesia, tenho na vida um espírito aventureiro com açaime. É assim.