EXPERIÊNCIAS DESNECESSÁRIAS
Cat2007
19.06.19
Há experiências na vida que são perfeitamente desnecessárias. Lembro-me de ser bastante pequena quando o meu irmão, dois anos mais pequeno, partiu um braço. Como eu adorava acompanhar o meu pai para todo o lado, solicitei-lhe em prantos que me levasse também para o hospital. Durante o tempo de espera, experimentei a (péssima) energia própria do estabelecimento. Trazida pelas diferentes pessoas que iam girando para trás e para a frente. Umas doentes e outras com cara disso, apesar de estas últimas serem cuidadores ou prestadores de cuidados de saúde. Também achei que vi passar pessoas mortas. Porque estavam, de olhos fechados, deitadas em macas. Enfim, o que vi talvez não correspondesse exatamente à realidade. No entanto, a energia... Como se sabe, as crianças, mesmo que, para ver a vida, usem lentes de aumentar ou diminuir, são muito sensíveis à energia das outras pessoas. Muito mais do que os adultos. No fundo, as crianças são como os cães – por exemplo, ao meu cão sucede não gostar de certas pessoas e simpatizar com outras sem motivo aparente. Portanto, a energia era, de facto, péssima. E esta impressão atingiu-me de tal forma, que andei por alguns dos anos seguintes da minha vida a tentar evitar sequer passar ao pé de estabelecimentos do género. Dito isto, repito, então, que há experiências na vida que são perfeitamente desnecessárias.