O HÁBITO FAZ O MONGE
Tita
31.07.19
O hábito faz o monge na medida em que o convencimento, a convicção, é muito importante para o desempenho de determinados papeis. Estamos, pois, no campo do parecer sem ser. No âmbito das representações. Há pessoas que passam a vida a representar e isso faz com que se sintam profundamente (na medida da profundidade que é possível) gratificadas com os papeis que vão desempenhando. Assim, por exemplo, são os incompetentes. Com efeito, há gente não capaz que assume tarefas que jamais poderá executar devidamente. Bem o sabendo. Quando se atribui um pouco de poder a pessoas assim, levantam-se imediatamente cortinas de fumo que servem para esconder os contextos altamente desorganizados que se criam e, logo por isso, extremamente complexos. Assim se explica o desentendimento que nós temos relativamente a muitos (maus) sistemas que integram o contexto mais vasto que engloba todas as coisas. E que, por isso, vai apodrecendo. Enfim, o hábito faz o monge porque, ao que parece, hoje em dia, o que conta, em certos (muitos) sistemas, é o que parece.