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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

FERRARI IRREMEDIAVELMENTE ACIDENTADO


Tita

07.08.09

 

 

 

Em primeiro lugar, creio que não é adequado perder tempo com personagens sem valor. Daí, é um disparate dedicar algumas palavrinhas a um abutre. A ideia inicial não era essa. Só queria reproduzir publicamente a frase: "míuda eu amo você e quero casar com você". É um hino ao ridículo. Merecia um apontamento da dimensão da vergonha que sentimos por pessoas assim. Ridículas. A questão é que a coisa descambou para a vida das aves de rapina. E isso já foi totalmente desnecessário. Por isso tenho de parar já aqui. E parou.

 

Falta-me oxigénio no cerebro. Há bloqueios no funcionamento do meu sistema biológico global que se reflectem deste modo. A cabeça, ou melhor, o cérebro, é o nosso orgão crucial. Uma das suas principais funções consite em armazenar ideias. Armazenar mas não como nas lojas do Mini Preç onde parece que está tudo desrrumado. Não, o nosso armazém de ideias tem de estar perfeitamente organizado, de tal forma que uma ideia fora do lugar prode provocar o caos no espaço, e transformar a nossa cabeça numa espécie de... precisamente, loja do Mini Preço. Depois o nosso organismo fica todo  composto de utilidades de baixo custo por causa do mau serviço. Ou seja, o problema nem é tanto de qualidade, mas de mau serviço e falta de diversidade. A alma perde luz e o espírito limita-se, quero dizer.

 

E como é que o cérebro se desarruma? Uma das formas mais apropriadas é querer, ao mesmo tempo, coisas incompatíveis. É de sublinhar que não é o cérebro que quer ou não quer o que quer que seja. São as emoções. Uma das máximas básicas da gestão é aquela que nos diz que todas as decisões são tomadas com motivações emocionais que posteriormente são justificadas pela razão. E é assim que a cabeça das pessoas pode ficar presa numa armadilha, se as emoções não esstão perfeitas.

 

A minha cabeça está, pois,  actualmente armadilhada. As emoções pedem-me o que desejo e tenho raiva daquilo que desejo. Os meus desejos magoam-me quando se realizam. Preciso, portanto daquilo que não quero porque quero o que não me faz bem. Mas quero, ainda assim. E não sei para quê. Por só vivo o inferno.

 

Se eu gostasse de Ferraris, o que não é o caso, diria que estava dentro de um completamente empenado, com a angústia tremenda de saber que ele não voltará a andar. Lembro-me das vezes em que dei 300 à hora. Não há outro carro que ande tanto. E todos são de edição limitada. E eu não pertenço à familia Gucci. Lembro-me da sensação que foi. E dou à chave do lado esquerdo (nos Ferraris é assim) a ver se ele pega. Mas não pega. E devia pegar, para eu voltar a andar a 300, Tenho raiva de mim mesma porque não tive cuidado ao conduzi-lo. Mas não queria estragá-lo. Pensava que estes carros não se estragavam. Mas tudo se estraga.

 

Todavia, tenho muito mais raiva de quem bateu com ele contra uma parede e o estragou de vez. Nem toda a gente pode conduzir um Ferrari. Tenho raiva de ter emprestado o meu coração encarnado, com o símbolo do cavalo negro a alguém que não tinha a minima noção  do que é conduzir mais do que uma treta de um Opel Corsa. Acreditei no impossível. O meu coração não arranca. Bateu de frente contra uma parede, como num "crash test". Quero-me de volta. Mas o Ferrari está quebrado. Os mecanicos da marca já disseram que é irrecuperável. Mas eu continuo sentada no banco do condutor a dar à chave. Sozinha.

 

Tenho que mudar de cenário. Porém, custa-me abandonar este carro assim. Nunca nada antes me tinha dado a viver tantas sensações insólitas. No entanto, não suporto sequer olhar para ele e vê-lo como está. Apetece-me dar-lhe ainda uma marteladas por cima. Igualmente, não suporto o respirar próximo de quem o estragou. Porque fui eu que passei para as mãos desta pessoas o meu coração encarnado. Porque, perecia-me, merecia a minha confiança total. Não esperava que não soubesse conduzir o que tinha enre as mãos só porque o carro não era seu. Até Já me meti com essa pessoa dentro do Ferrari morto. Mas ela já ão cabe no habitáculo. É que está tudo, mesmo tudo, mesmo tudo danificado.

 

Eu só queria esqueçer e, ao mesmo tempo tenho esperança que exista um mecânico com dotes mágicos, que não há. O que me desarruma a cabeça são estas emoções contraditórias de querer sair do banco do condutor e de desejar desesperadamente encontrar este mecânico. É que eu sou tão estúpida que acho que os milagres acontecem. Embora quase nunca.

 

Agora a pessoa que destruiu vai-s embora sem o senso completo das responsabilidades que tem. Não lhe apetece ficar para pagar a factura extensa dos danos que causou. Vai de consciência tranquila porque eu, de qualquer forma não estou para ficar a assistir que alguém totalmente incompetente se ponha a tentar reparar aquilo para que nuca esteve habilitado. E lhe disse para ir em paz. Eu fico a arcar com os danos. Fico por opção própria. Mas lá que dói, dói. Imenso. É a raiva e a solidão. Um dia passa.

 

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