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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

AS MELHORAS DO VÍCIO


Tita

06.09.09

 

 

 

 

Estou para aqui a ouvir as sinfonias de Mozart. É domingo. Home alone. Por algumas horas. Tenho companhia para mais tarde. Entristece-me este meu momento. Estou a desejar muito ter companhia. A noite deixa-me apreensiva. Estou preguiçosa. Precisava de desaparecer por uns bons tempos. Para me encontrar.

 

Parece tão desesperado o que antecede. Mas não estou. Desesperada. Estou apenas em trânsito. Não gosto de estar em trânsito porque os pés, embora assentem no chão, sentem-se como em cima de um tapete rolante. Não gosto. Sou uma freakcontrol. Não foi o meu terapeuta quem me disse isto, embora saiba, claro. Foi um amigo inteligente. Que explicou muito bem porque falava assim. Além de que foi de uma delicadeza estrema no dizer. Ouvi. Fiquei defensiva, mas como sou igualmente inteligente, desliguei o telefone e fui pensar no caso. Mais tarde, peguei no telefone e disse-lhe que tinha toda a razão.

 

Ser uma viciada no controlo é como ter uma pequena pistola e passar a vida a dar tiros no pé sem razão aparente. Não é por masoquismo que se fazem estas coisas. É por falta de confiança. Em nós? Não. Em alguém frágil que está dentro de nós, e que nos aparece muitas vezes, de vez em quando. Como é possível ir relaxada para as diversas situações da vida (sejam elas exigentes ou mais pacíficas) sem um plano? Sem pensar antes muito bem em cada detalhe daquilo que, por antecipação, nós achamos que se vai passar? Como é possível, se não sabemos como vamos reagir. Pensar antes é estruturar a nossa atitude. Aquela que teremos que assumir nos momentos. Porque não vá dar-se o caso de, em vez de nós, aparecer aquela criatura frágil que vive connosco.

 

Percebo que a atitude descrita me desgasta e aumenta significativamente os meus níveis de ansiedade. Assim, depois de muito pensar, conclui que não posso continuar a desfeitear a tal menina fraquinha e medrosa. Parece-me que o melhor é dar-lhe atenção, em vez de a temer. Se a esqueço, ela fica à solta. O solução é deixar a vida à solta e dedicar-me a mim no meu lado menos capaz. Quando sentir um aperto no peito, não vou ficar receosa. Vou perceber quem está aflito. Não sou eu. Eu posso raciocinar, fazer e decidir em todos e em cada momento, sem medo, do que sucederá. O que suceder, não me  esmagará, certamente porque eu tenho "tudo em cima". Enfim, porque eu tenho, e não me falta nada. Só calma, paciência e compreensão... comigo mesma.

 

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