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CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

CAFÉ EXPRESSO

"A minha frase favorita é a minha quando me sai bem"

LITERATURA COR-DE-ROSA


Cat2007

21.10.10

 

A beleza é uma característica humana, que não afecta todos os seres humanos por igual, e que é altamente conceituada em várias publicações da especialidade, bem como nos demais meios de comunicação, os quais estão também a tornar-se da especialidade. É assim que a beleza está em todo o lado menos à frente dos nossos olhos. Compreende-se isto. A beleza fulgurante não surge no nosso dia-a-dia rotineiro porque não seriamos capazes de a vislumbrar. Por causa do efeito de lupa, claro.

 

Nesta ordem de ideias, ou melhor, por causa destas ideias, ocorreu-me agora que no mundo existem umas pessoas que são papabiles e outras que são papáveis. Se quisermos tornar o termo papabile intraduzivél para português, poderemos afirmar com segurança que as primeiras são os cardeais candidatos ao lugar do Papa. A ideia aqui é sentar uma destas pessoas numa cadeira muito importante. Ao que consta, na cadeira de Pedro, o pescador. Não é espantoso? Pergunto-me se os pescadores da Nazaré, ou de outra localidade pesqueira qualquer, já tomaram bem consciência disto. Sobre as segundas, se, do mesmo modo, ficcionarmos a impossibilidade de tradução do vocábulo para o latim, é licito dizer que se trata de pessoas candidatas a serem deitadas em camas potencialmente importantes, muito importantes ou mesmo nada importantes. Tudo depende dos objectivos e da sorte. É claro que os papabiles também se deitam. Onde não sei porque nunca visitei o Vaticano.

 

Mas o certo é que a roupa e respectivos adereços contam muitíssimo para a beleza que cada um exibe. Então o que será mais bonito? Um vaporoso Dior ou as sumptuosas vestes de um cardeal? E será uma escolha fácil?

 

Há um homem que fala sobre as pessoas lindas e famosas. Não é o único. Com certeza. Mas este é talvez mais irritante que os outros que por aí andam. Refere-se ao pessoal da realeza como se fosse amigo lá de casa. Ou melhor, lá do palácio. Transmite, alias, imensas opiniões sobre as opiniões da princesa Diana. Como se ela lhe andasse a contar coisas mesmo depois de morta. Creio que, se ela estivesse viva, talvez fosse da opinião de que não deveria falar com um homem destes nem morta. Enfim, mas a questão nem se colocaria, uma vez que mais facilmente Lady Di poderia conviver com um pobre de Angola do que com esta criatura saudável e de barriga cheia, que mete jogadores de futebol e estrelas pop no mesmo saco azul dos legitimos membros das famílias reais. Este ser confuso que, diga-se, jamais terá entrada em qualquer palácio de vão de escada. A não ser talvez ali no Palácio de Belém no dia da celebração da República. Como foi agora no 5 de Outubro.

 

Mais informo que, num destes dias, o ouvi na rádio "não sei quantas", uma rádio que ninguém conhece, a comentar alguns aspectos da vida de miss Hilton. Já a mudar de posto, ainda consegui reter que o digníssimo não a achava "nada de especial, mas apenas engraçada". Não vou discutir a questão da beleza da visada, como é evidente. Vou é referir que não sei o que queria ele dizer. E que, seja como for, a P. Hilton não sabe quem ele é, para todos os efeitos. Designadamente para o efeito de não ser possível à criatura concretizar um dos seus grandes desejos na vida: ser amigo pessoal da própria loura Hilton.

 

Enfim, mas tudo isto para dizer que a maioria dos ilustres universalmente conhecidos dos nem por sombras tão ilustres jornalistas (?) cor-de-rosa e respectivo eleitorado, perdão, queria dizer dos seus leitores e ouvintes,  trabalham e têm responsabilidades monumentais. A Rainha Isabel II, por exemplo farta-se de trabalhar e só tem chatices. Tenho a certeza deste facto desde que vi o filme A Rainha. Não é linda, parece-me, mas é famosa. Porém não é papável porque não é católica. E aqui a tradução não está espartilhada. Jamais poderia alimentar aspirações ao papado. Seja como for, um inquérito feito em Inglaterra revelou que a maioria dos ingleses gostariam de a papar. Não sei se estão confusos com a hierarquia do clero inglês ou se se é por ela ser "apenas engraçada".

 

 

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