SE AGORA TIVESSE MAIS DE MEIA HORA
Tita
28.03.11
Se agora tivesse mais de meia hora… Se agora tivesse mais de meia hora era capaz de explicar a razão de ser desta espécie de depressão que de mim incide sobre quase tudo. A vontade de ficar sentada num sofá aconchegante forrado de veludo da cor do vinho tinto. É como me apetece estar. Talvez esteja autosugestionada pelas minhas próprias impressões, mas olho para as pessoas na rua e penso que também lhes deve apetecer fazer o mesmo. Ainda que talvez num sofá de outra cor forrado num tecido diferente.
Aparentemente, toda a gente deixou de fingir que é feliz só para mostrar aos outros. Desde que foi tornado público que existe um padecimento geral por causas da mesma natureza daquelas que fundamentavam a representação, que se verifica um relaxamento colectivo triste. O que isto, a ser verdade, pode ter de bom é que a autenticidade estará a vencer a hipocrisia apatetada pintada tipo máscara na face dos medíocres que o são por via da inconsciência (ausência de conhecimentos) e da falta de senso (de uma consciência) sobre o bem e o mal.