HUMILDADE
Tita
03.06.11
Humildade é fundamental. Irritam-me as pessoas que não são capazes de dizer eu não sou capaz. Que não percebem. Que não sabem. Como se fossemos todos estúpidos. Toda a gente sabe que ninguém sabe tudo sobre aquilo de que fala. Toda a gente aceita que as pessoas se metem a falar de assuntos que não dominam. É saudável isto, aliás. Falar de assuntos não dominados. De outro modo, para quê falar? Só se for para andar a dar prelecções aos outros. Assim para obter o retorno sobre o próprio ego. Talvez. Em qualquer matéria o que é mesmo interessante é reflectir. E se puder ser numa troca, melhor. Surge conhecimento da humildade partilhada. Não obviamente o cabal. Mas mais algum. O que nos ajuda. E não cansa mas alivia. Ao contrário do que se possa pensar. Este blogue pode parecer um confessário. Um sítio virtual para despejar o saco. Mas não é. É precisamente um espaço que eu encontrei para fazer exercícios de humildade. Em e por princípio, as questões que venho aqui abordar são precisamente isso. Questões. Coisas sobre as quais não tenho uma opinião sólida. Nem quero ter. O que quero é pensar nas formas de desfazer pontos de interrogação. Não dirijo estes textos a ninguém. O que não significa que o prazer de saber que são lidos não seja imenso. E fico grata também. Mas não escrevo com direcção porque deixaria de estar livre para ser sincera. Comigo. E o problema está aqui. A base da honestidade é pessoal e íntima. Quem não percebe isto só faz tristes figuras. Com certeza que todos sabemos um bocadinho das coisas. De várias coisas. De alguma coisa. Temos a sensibilidade, a inteligência, e experiência a cultura e a educação. Estes processos contínuos que nos dotam dos meios. Pois. Meios ou instrumentos. Apenas. E com tanta conversa onde quero eu chegar exactamente? É que tenho este vício. O de querer chegar sempre a algum lado. Bom, então é o seguinte: não posso com pessoas que armam ao interessante género sensível e muito experiente das coisas que importam na vida. É assim.