AS ÁRVORES MORREM...
Cat2007
07.07.11
Hoje faço anos. Vale a pena dizer quantos? Talvez. Sou Caranguejo. Não sei verdadeiramente o que isto significa. Mas há sempre quem ache que se esclarece uma série de coisas com este género de informação. Espero então que sim.
Hoje faço anos. Deveria começar a falar um pouco de mim. Em princípio. Creio que é o meu dia. Não é? Não. É o dia de toda a gente que está viva. E há muita gente que nasceu hoje. Na verdade, não gosto muito de falar directamente de mim. Porque não sei ao certo o que dizer.
Hoje faço anos. Por outro lado, é dia do funeral da Maria José Nogueira Pinto. Sinto muito a sua morte. Ontem o Ribeiro e Castro emocionou-me. Quando começou a falar dela e acabou com a voz embargada.
Maria José Nogueira Pinto era uma pessoa da política diferente para o limpo. Detestei as posições dela nas questões do aborto e do casamento gay, por exemplo. No entanto, a convicção e a coerência com que se bateu por elas fez-me sentir o mais sossegado respeito. Por outro lado, a saída de Maria José da subsecretaria de estado da cultura no tempo de Santana Lopes e do CDS pouco depois da chegada de Portas encheram-me de admiração. Entre outras coisas. Finalmente, como é possível ter aguentado de pé até ao fim? É um facto que as árvores morrem de pé, passe o cliché. Nogueira Pinto não merece clichés. Porém, é verdade que as árvores são essenciais. Designadamente por causa do oxigénio. Maria José Nogueira Pinto morreu. E vai faltar algum oxigénio na política portuguesa. E em mais alguns contextos, obviamente.
Ah, é verdade. Hoje faço anos. E?